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16/01/2014
Sucesso nas exportações aumenta preço do couro no mercado interno


As exportações brasileiras de couro e pele fecharam o ano de 2013 mais uma vez no positivo. Bom para o setor produtivo de curtumes, que comemora números recordes, mas ruim para a indústria brasileira de calçados e acessórios. Na Feira Internacional de Calçados e Artefatos de Couro, a Couromoda, que acontece nesta semana em São Paulo, o que mais se vê são artigos feitos de material sintético. Um reflexo do alto preço do couro no mercado interno.
 
De acordo com números divulgados pelo Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB), de janeiro a dezembro de 2013 foram exportados 497.836 mil toneladas de couro, volume 23,7% superior ao embarcado no mesmo período de 2012. Em receita, este volume foi equivalente a US$ 2,5 bilhões de dólares, aumento de 20,8% com relação a 2012. Os principais destinos foram a China, com 36,3%; Itália, com 20,5%; e Estados Unidos com 10%.

Para o setor calçadistas, são justamente estes números que têm afastado cada vez mais o couro brasileiro da indústria de calçados e acessórios.
 
– Cerca de 80% da produção brasileira de calçados é feita de materiais laminados sintéticos e calçados de borracha, com alguma participação de materiais têxteis. Couro é algo em torno de 10% a 15%, no máximo – diz Heitor Klein, presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), que tem sede em Novo Hamburgo (RS).
 
Segundo o Sindicato da Indústria de Calçados de Franca (Sindifranca), no interior de São Paulo, as exportações tiram o couro do mercado interno e elevam os preços do produto no mercado interno.
 
– O preço médio do couro é R$ 50 o metro quadrado. Poderia ser inferior, pois já esteve em torno de R$ 35. Hoje o Brasil está exportando até para nossos concorrentes – diz o presidente do Sindifranca, José Carlos Brigagão do Couto.
 
Maior consumidor de couro do Brasil, a indústria de calçados de Franca produziu 40 milhões de pares de sapatos de couro em 2013 e consumiu cerca de nove milhões de metros quadrados do produto. O setor reclama dos preços e pede medidas do governo.
 
– É preciso que a política de couro no Brasil seja revista, porque o brasileiro está pagando mais caro pelo calçado em decorrência desse preço. Já existe uma taxa de 9% para inibir essa exportação de couro, mas não é suficiente. Precisamos de um sistema de cotas de exportação.
 
Na indústria de calçados e acessórios, a demanda de couro brasileiro se concentra na indústria de calçados masculinos, que representa 21,9% da produção total de calçados. Na moda feminina, responsável por 56,7% da produção de calçados, o couro já perdeu totalmente espaço para o sintético.
 
 – Nos últimos 10 a 15 anos, devido ao preço do couro, o preço final do sapato e da bolsa de couro ficaram acima do mercado B e C e houve uma migração para o material sintético. Obviamente o couro tem apelo, mas há uma diferença de custo/beneficio. A gente consegue ser mais competitivo com o material sintético – diz Marcelo Shayeb, executivo de uma indústria de Franca.

Fonte: RuralBR


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