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21/01/2014
Eficiência alimentar


A Fazenda da Matinha, em Uberaba, no triângulo mineiro, trabalha com a venda de matrizes e reprodutores de boa qualidade que melhorem o rebanho do comprador. A propriedade importou um sistema que permite selecionar animais que ganham peso, mas com pouca alimentação.

A fazenda, tradicional criadora de matrizes e reprodutores da raça nelore, está no negócio há mais de 30 anos e só trabalha com animais de genética apurada. “A base da seleção que sustenta tudo são as características reprodutivas que são aquelas de maior importância econômica. A idade de primeiro parto, a frequência anual dos partos e a desmama de um bezerro de boa qualidade”, diz o criador Luciano Borges.

Há pouco mais de dois anos, Borges decidiu investir em uma nova linha de seleção genética, que escolhe animais pela chamada eficiência alimentar. Essa característica faz com que certos bichos ganhem peso comendo menos. “A alimentação representa em torno de 70% do custo de produção na pecuária de corte. Sabendo o consumo do animal e o ganho de peso, você ataca a característica que tem maior significância na parte de custo de produção”, diz o criador.

Para medir a eficiência alimentar dos animais que cria, o criador implantou um sistema desenvolvido no Canadá, batizado de grow safe, expressão em inglês que pode ser traduzida como crescimento controlado. Pelo sistema, durante 90 dias um lote de 160 animais do mesmo sexo e com a mesma idade fica confinado. Cada animal recebe um brinco com um chip de computador. As bordas dos cochos são equipadas com sensores que identificam o animal todo vez que ele come. Na parte de baixo do cocho há uma balança de precisão que mede quase com exatidão a quantidade de alimenta que o bicho come. Depois é só pesar a boiada e fazer as contas.

“A cada 14 dias a gente pesa os animais, leva até o curral, passa esses animais na balança pra gente saber e monitorar o ganho de peso junto com o consumo, que são as informações necessárias pra gente calcular a eficiência alimentar”, explica o zootecnista Tiago Lopes, responsável pelo grow safe.

Apesar do confinamento, a ideia é simular o ganho de peso que o animal teria em um bom pasto em época de chuva. “A gente balanceou uma dieta que tivesse uma proporção muito maior de volumoso do que de concentrado. Então, a gente tem em torno de 80% a 85% do ingrediente fibroso, que é a silagem de milho, e os outros 15% a 20% vindos de um concentrado que tem bastante o sal mineral, que é para corrigir a deficiência que tem na silagem”, completa Lopes.

Os cochos são abastecidos três vezes por dia e o sistema mede o consumo sem interrupção durante todo o período da avaliação. As informações são transmitidas on-line, via satélite, até o escritório onde um programa de computador recebe os dados e faz relatórios diários do consumo de cada animal. Há ainda uma tela que mostra quando os cochos estão em uso. No final do teste, depois de 90 dias, a fazenda sabe exatamente quanto cada animal comeu. Os resultados são surpreendentes.

Duas vacas com a mesma idade, de 33 meses, e com quase o mesmo peso, algo em torno de 530 quilos. Mas para chegar a esse peso uma vaca comeu muito mais do que a outra. “Esses animais são do segundo lote de avalição. Foi o segundo lote testado depois que chegou o grow safe. A vaca menos eficiente consumiu 13 quilos de matéria seca por dia para chegar a esse peso. A mais eficiente comeu 6,5 quilos para chegar a esse peso”, compara Lopes.

Mais de 600 animais já passaram pelo grow safe. Já é possível ter uma ideia da economia que um rebanho mais eficiente pode trazer ao criador. “Se a gente dividisse o rebanho em dois grupos, os 50% mais eficientes e os 50% menos eficientes, a gente conseguiria colocar 20% mais animais na fazenda, sem aumentar nada no custo. Se tivesse mil vacas das 50% melhores, nesse mesmo espaço a gente poderia colocar 1200 vacas”, calcula Luciano Borges.

A ideia do grow safe é selecionar pais que transmitam essa eficiência alimentar aos filhos. Assim, o criador pode economizar com a alimentação do rebanho.

Fonte: Acrimat


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