A Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) aprovou o pleito do Brasil para o reconhecimento do Estado do Ceará como "Zona Livre de Aftosa com Vacinação". O resultado da auditoria realizada no Estado deve ser anunciado, no final de maio, na sede da OIE, em Paris, por ocasião da Assembleia Internacional da entidade. A expectativa é de que o Estado receba a certificação internacional, que trará grandes avanços para o setor agropecuário. Em outubro, o Ceará foi reconhecido nacionalmente como zona livre de febre aftosa com vacinação.

"Os pleitos do Brasil normalmente são aceitos quando submetidos na assembleia da entidade internacional. O Ceará executou ao longo dos últimos anos uma sequência de ações que possibilitam o reconhecimento. Ano passado já fomos reconhecidos nacionalmente e assim o grande beneficiado será o criador", informa o coordenador do Programa Estadual de Erradicação e Profilaxia da Febre Aftosa, Joaquim Sampaio.

Com o reconhecimento, uma nova fase se iniciará no Estado, no setor agropecuário. "O Ceará poderá receber e mandar os seus animais para exposições e eventos para o país e exterior, com livre circulação e assim o valor dos animais aumentará, beneficiando diretamente o criador", destaca Sampaio. Conforme observa, muitas vantagens virão em decorrência dessa ação, como maior profissionalização no setor e convivência com a seca, dentre outras.

O Ceará recebeu, na primeira quinzena de fevereiro, a visita de fiscais da OIE para acompanhar as ações que o Estado desenvolve no que diz respeito aos programas de sanidade animal. A missão foi acompanhada por representantes do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA).

A visita também fez parte das ações necessárias para o reconhecimento do Estado como Zona Livre internacional de febre aftosa com vacinação. Aos fiscais foi apresentado também as ações e políticas executadas a fim de se obter o reconhecimento internacional.

Durante a visita, os auditores verificaram as condições de estrutura e funcionamento de abatedouros do Ceará, conheceram e auditaram os programas estaduais de sanidade animal, executados pela Agência de Defesa Agropecuária do Ceará (Adagri), avaliaram o Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose Animal ( PNCEBT), a fiscalização e distribuição do comércio de produtos veterinários e o Serviço de Inspeção de Produtos de Origem Animal.

As ações de combate à anemia infecciosa equina e o mormo, o combate à tuberculose e brucelose dos bovinos, dentre os programas de sanidade de aves e ovinos e caprinos e os serviços de inspeção aos produtos de origem animal, abatedouros, laticínios e queijarias também foram apresentados aos auditores.

Segundo a Adagri, o Estado do Ceará cumpriu as exigências dos organismos internacionais e do próprio Mapa para obter o reconhecimento internacional.

Conforme a Adagri, foram vários anos de campanhas de vacinação e de conscientização dos agropecuaristas, além de investimentos e melhor aparelhamento do setor com vistas ao reconhecimento nacional e o provável internacional. Além da vacinação ao rebanho, o Estado do Ceará estruturou a Adagri, com a contratação de servidores e a aquisição de equipamentos, além da estruturação de escritórios no interior.

Safra

Todos os municípios já aderiram ao Garantia-Safra. Segundo o Governo do Estado, a Secretaria de Desenvolvimento Agrário (SDA) vem acompanhando o cadastramento dos agricultores e dos municípios.

Segundo o órgão, os 181 municípios do Estado com características rurais aderiram ao benefício. Cada município pagou R$ 38,25 por agricultor cadastrado. Somente com o Garantia-Safra, R$ 295.219 milhões estarão a disposição dos agricultores familiares caso seja confirmado mais um ano de estiagem. O Ceará é o Estado que apresenta o maior número de agricultores cadastrados no benefício em todo o país desde 2012.

Silvania Claudino
Repórter

Fonte: Boi Pesado