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11/03/2014
Marfrig aposta na sua divisão de bovinos


A Marfrig Alimentos está apostando suas fichas, ao longo de 2014, na sua divisão de bovinos, a principal da companhia em receita. Isso porque, projeta aumento das vendas em função de forte exportação e firme demanda interna por cortes especiais em um ano marcado pela Copa do Mundo de Futebol.

Ao justificar tal previsão, Sérgio Rial, presidente da empresa, disse que “sob o ponto de vista internacional, a demanda continua firme. E este é um grande regulador do mercado interno. E no Brasil esperamos uma demanda maior por cortes especiais neste período de Copa, que é onde estamos bem posicionados”, sem especificar de quanto seria o crescimento na receita.

A Marfrig Beef inclui as operações com bovinos no Brasil, que tem a maior participação na receita, seguida por Uruguai, que responde por cerca de 20%, e a Argentina, com cerca de 5%.

Preço da arroba

Segundo Rial, o preço elevado da arroba bovina, que desde dezembro vem subindo para patamares recordes, não deve impactar nas margens da companhia, uma vez que a companhia está conseguindo repassar os custos, sobretudo no mercado externo. “Apesar do aumento do preço de gado, a rentabilidade do negócio melhorou, porque o mercado lá fora melhorou”, disse.

Abertura de mercados

O executivo também vê perspectiva de grande crescimento da demanda por conta de possíveis aberturas do mercado chinês e norte-americano para a carne in natura do Brasil. “Hoje a China é o maior destino das exportações da Marfrig a partir do Uruguai. Também acho que não é inconcebível que os EUA abram o mercado ao Brasil”, disse.

No Brasil, a empresa operou com 70% da capacidade de abate no início do ano passado, e segue rumo a 80% em 2014, estimou o executivo. A empresa se beneficiou no quarto trimestre de firmes exportações brasileiras, que atingiram perto de 34% das vendas da companhia, contra uma fatia de 30% anteriormente.

IPO

A companhia está estudando a abertura de capital de suas unidades no exterior como forma de acelerar seu crescimento orgânico e reduzir o endividamento da companhia, segundo Rial. As operações externas da companhia, que incluem a Moy Park, no Reino Unido, e a Keystone, nos EUA e Ásia, respondem por cerca de 50% da receita da companhia.

O executivo reforçou que eventuais IPOs não são um compromisso da companhia, mas uma possibilidade em estudo, já que a empresa vê um cenário externo melhor do que aqui no mercado doméstico. “No Brasil, o cenário está adverso para IPOs, é por isso que estamos vendo abertura de capital lá fora. Isso seria um acelerador para captura de valor para o grupo, independente do cenário financeiro, do operacional ou de câmbio”, acrescentou o executivo.

Ebitda

Segundo ele, o valor destas unidades no exterior tende a ser superior ao do Grupo Marfrig como um todo, considerando-se como indicador o valor de mercado da empresa versus o Ebitda que atualmente está em 5,7 vezes.

Este indicador é usado como referência pelo mercado no momento de precificar ou avaliar o valor de um ativo. No caso das subsidiárias da Marfrig, o índice pode ficar entre 8 a 8,5 vezes. A medida seria mais um passo da empresa na tentativa de reduzir o seu endividamento e voltar a registrar lucro.

Resultado

A empresa fechou o último trimestre de 2013 com prejuízo de R$ 83,4 milhões e somou prejuízo de R$ 816 milhões em 2013, em comparação com lucro líquido de R$ 264 milhões do ano anterior.

Ao longo do ano passado, a empresa adotou medidas para reduzir débitos e custos financeiros, incluindo a venda da Seara para a JBS, em operação que incluiu transferência de dívidas de quase R$ 6 bilhões.

Recompra de bônus

Neste ano, a Marfrig não descarta fazer emissões ou recompra de bônus para reduzir seus custos financeiros, disse Sérgio Rial. “O mercado de renda está dizendo que a Marfrig tem chances de reduzir a despesa financeira. Ele mostra que os nossos bonds já estão melhor precificados, num contexto de novembro para cá”, disse o executivo, referindo-se à alta dos títulos da Marfrig em relação a seus concorrentes no último trimestre.

Uma das grandes possibilidades para a empresa é redução do custo financeiro, com uma gestão da curva de juros, disse ele. “Estamos trabalhando para sair do prejuízo em 2014. Se vai ser? Não sei”, disse o executivo.

Rial disse que se a companhia atingir o teto da meta de R$ 23 bilhões de receita e de R$ 1,9 bilhão de Ebitda, existe a possibilidade de a empresa voltar a ter lucro neste ano.

Adaptação à nova realidade

De acordo com analistas do BB Investimentos, Nataniel Cezimbra e Luciana de Carvalho, o ano de 2013 começou com desafios na integralização dos ativos advindos da BRF. Mas esse não foi o único obstáculo que a Marfrig enfrentou durante o ano.

Para os analistas, com o nível de endividamento ainda alto e para dar continuidade ao seu compromisso de reduzi-lo, a empresa vendeu ativos, renegociou dívidas, remodelou suas estratégias e teve de se adaptar a uma nova realidade.

A receita líquida da Marfrig no trimestre foi de R$ 4,9 bilhões, 25,8% menor se comparada ao mesmo período do ano de 2012. O resultado foi influenciado principalmente pela Marfrig Beef, que depois da venda da Seara, passou a ser responsável por 45% da receita total da empresa e 54% do Ebitda.

A divisão foi beneficiada principalmente pelo aumento do preço médio da carne in natura no mercado doméstico e mercado externo. No acumulado do ano, também influenciada pelo aumento nos preços médios, a receita líquida totalizou R$ 18,7 bilhões, um aumento de 13,5% em relação ao ano anterior.

FONTE: Beef World


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