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04/04/2014
Soja promete reverter déficit comercial


De janeiro a março, as exportações brasileiras de soja abriram vantagem de 4,5 milhões de toneladas sobre as vendas do mesmo período do ano passado e, com isso, já superam a meta de aumento nos embarques para o ano, de 2,2 milhões de toneladas. Nesse ritmo, a commodity promete reverter o pior déficit da história na balança comercial brasileira, que foi de R$ 6,1 bilhões no trimestre, conforme apontou ontem o Fórum Brasil Agro, realizado pelo Agronegócio Gazeta do Povo e pela cooperativa Integrada para 450 produtores e lideranças do setor no dia de abertura da ExpoLondrina.

As exportações do grão somaram 9,05 milhões de toneladas e renderam ao Brasil US$ 4,55 bilhões no trimestre – US$ 3,1 bilhões só no mês passado, o melhor março da história da soja. Considerando que o país está recebendo em média US$ 505 por tonelada e deve embarcar 45 milhões de toneladas até o final do ano, seriam arrecadados ainda US$ 18,3 bilhões com o embarque de 36 milhões de toneladas nos próximos nove meses – valor três vezes maior que o déficit geral das exportações brasileiras no primeiro trimestre.

O período mais forte das exportações segue até agosto e a previsão é que, como no ano passado, o pico dos embarques ocorra no mês que vem, segundo Étore Baroni, da consultoria FC Stone. Em maio de 2013 foram embarcadas quase 8 milhões de toneladas de soja. “A demanda chinesa segue forte e quem passa a consumir proteína não volta mais a hábitos antigos”, frisou o palestrante.

Houve recuo na safra de soja devido aos problemas climáticos, mas o país segue ampliando a produção e as exportações. Uma colheita de 87,1 milhões de toneladas representa que há um volume extra de 5 milhões (t) no mercado, na comparação com 2013. Se não houvesse perdas, seriam ao todo 8 milhões de toneladas a mais.

O peso da soja torna a quebra climática desta temporada, concentrada no Norte e no Norte Pioneiro do Paraná, impactante para as economias regionais. Numa análise de longo prazo, no entanto, o quadro seguramente será superado com ganho de produtividade, conforme o presidente da Sociedade Rural do Paraná (SRP), Moacir Sgarioni. “Passamos de 1,5 mil quilos nas colheitas iniciais para mais de 3 mil quilos por hectare”, considerou.

Longo prazo

O Fórum discutiu a soja no século 21. Mostrou que, além do mercado, a pesquisa também promete estímulo à produção. O pesquisador da Embrapa Alexandre Nepumuceno mostrou que tecnologias na produção de sementes transgênicas ainda não comercializadas devem resultar em novas alternativas resistentes a insetos e tolerantes a agrotóxicos.

Opinião

A salvação, novamente, virá da lavoura

Luana Gomes, analista de mercado do Agronegócio Gazeta do Povo

Depois de treze anos, falar que é o agronegócio que garante o saldo comercial brasileiro já se tornou um discurso batido. Por outro lado, um argumento ganha força diante de uma balança de pagamentos sob estresse, como é o caso neste ano. Após o fraco resultado das contas comerciais nacionais no primeiro trimestre, a ‘folga’ de US$ 4,25 bilhões prevista para 2014 parece uma meta difícil de atingir. Como tem ocorrido nos últimos anos, a salvação certamente virá da lavoura. Mais especificamente, da soja.

Principal produto da pauta de exportações do setor que mais contribui para cobrir as contas brasileiras, a oleaginosa promete render ao Brasil ao menos a mesma quantia que rendeu no ano passado. Contribuição que poderia ser maior, não fossem os preços em queda. Em média, o mercado internacional tem pago 6,5% menos pelo produto verde-e-amarelo.

Essa queda deve ser compensada por um aumento das vendas. Em volume, a meta é exportar 5% mais, o que, a julgar pelo desempenho dos três primeiros meses do ano, não parece uma tarefa difícil. De janeiro a março, foram 9 milhões de toneladas exportadas – o dobro do registrado há um ano e 33% acima do resultado de igual período de 2012, o melhor trimestre até então.

É preciso incluir nesta equação os Estados Unidos. Maiores exportadores de grãos do mundo, os norte-americanos estão iniciando neste mês o plantio de sua maior área de soja da história e prometem colocar no mercado uma safra gigantesca a partir de setembro. O plantio recorde do lado de cima do continente sinaliza que devemos, sim, enfrentar forte competição no mercado internacional. Competição que dificilmente tirará do Brasil o título de maior fornecedor de soja para o mundo, mas que pode deprimir os preços da oleaginosa e reduzir, assim, o faturamento brasileiro com as vendas externas.

ExpoLondrina: A feira segue até dia 13 de abril, em Londrina. A programação completa está em www.expolondrina2014.com.br.

FONTE: Agrolink


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