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15/04/2014
Criadores do Mato Grosso querem novo calendário de vacinação


A Associação dos Criadores do Mato Grosso (Acrimat) buscará apoio do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) para alterar o calendário de vacinação contra febre aftosa no estado, que hoje detém o maior rebanho do país com cerca de 28,4 milhões de cabeças. A ideia é que a imunização do rebanho de mamando a caducando possa ser feita em maio, invertendo com a campanha de novembro, que passaria a imunizar os animais até 24 meses.

O objetivo é facilitar o manejo para o pecuarista trazer os animais para o curral, já que no mês de maio as chuvas são menos frequentes do que em novembro, época das águas na maior parte do estado, quando há aumento do risco de acidentes durante a atividade. Além disso, como novembro é um mês em que os produtores que integram agricultura e bovinocultura estão se preparando para o plantio da safra, eles teriam uma atividade a menos no período e poderiam se preparar melhor para a semeadura.

A requisição deverá passar por estudos técnicos que poderão confirmar se é tecnicamente viável ou se o novo modelo poderia prejudicar a imunização do rebanho mato-grossense. “Nós solicitamos ao Mapa a realização de um estudo e nos disponibilizamos a pagar por ele. Se for bom para a nossa pecuária, então pediremos a alteração do calendário”, disse o superintendente da Acrimat, Luciano Vacari.

O assunto foi debatido na última quinta-feira, dia 10, durante a passagem do projeto Acrimat em Ação 2014 por Barra do Garças, cidade localizada a 500 km da capital Cuiabá. Para o presidente do sindicato rural da cidade, Eduardo Baroni, a mudança, caso autorizada, poderia inclusive melhorar a resposta dos animais à vacina. “Em maio nós temos o gado em melhor condição corporal, então ele pode reagir ao antígeno, dar uma resposta melhor. Olhando pelo lado do produtor que faz integração, novembro é uma época em que ele está preocupado em plantar”, esclareceu.

Os produtores da região, que registram acidentes com frequência na vacinação durante as chuvas, também concordam com a solicitação. “Isso tem que ser mudado porque em maio chove pouco. No curral já seco, os animais que estão saindo da época das chuvas estão gordos e podem ter boa resposta imunológica. Fazer em novembro é inadequado. Já aconteceu em minha fazenda a morte de quatro bezerros em um mesmo manejo de vacinação porque se afogaram na lama”, lembra o produtor rural Vasco Milhomens Arantes Filho, titular da Fazenda Marupiara, localizada em Barra do Garças.

Outra consequência positiva que resultaria da mudança do calendário de vacinação contra febre aftosa é mais facilidade na ação do órgão fiscalizador, o Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (Indea). O representante regional Benier Marcos reforça que a alteração deixaria o processo mais viável ao produtor e para o próprio Indea. “Não vejo nenhum prejuízo técnico porque, de toda forma, o rebanho seria vacinado. Eu vejo avanço porque vai facilitar o trabalho do produtor e da própria fiscalização de defesa sanitária, então nós somos receptivos à demanda”, opina Marcos.

Livre de aftosa sem vacinação
A Acrimat projeta ainda obter para o Mato Grosso o status de livre de febre aftosa sem vacinação, que hoje só o estado de Santa Catarina possui no Brasil. A melhoria poderia possibilitar exportação de carne bovina in natura para países mais exigentes, como Japão, Chile e Estados Unidos, caso este confirme a abertura de mercado para o produto brasileiro. “Nós queremos, mas tem que vir pelo merecimento. Estamos há 17 anos sem um foco de febre aftosa e mais de 99% do nosso rebanho é vacinado”, projeta o superintendente da Acrimat, Luciano Vacari.

As estatísticas do Indea relativas às vacinações contra aftosa em 2013 apontam que as campanhas atingiram 99,42% de todo o rebanho do Mato Grosso, ou 28,2 milhões de animais. Atualmente, a campanha de vacinação do mês de maio prioriza a imunização de animais com 24 meses ou menos, enquanto em novembro ocorre a vacinação de mamando a caducando. As exceções no estado são as fazendas localizadas na região do Pantanal, cuja vacinação de todo o rebanho bovino e bubalino ocorre em novembro.

Fonte: Beefworld


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