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03/06/2014
Argentinos desistem da carne bovina à medida que a economia enfrenta crise


Após uma década de crescimento, a Argentina enfrenta um forte declínio nesse ano à medida que a produção industrial cai e uma das maiores taxas de inflação atinge os gastos e os novos investimentos dos consumidores. A economia cresceu firmemente desde a recuperação da crise de dívidas de 2001-2003 e expandiu-se em 3% no ano passado, mas caiu o quarto trimestre do ano passado e provavelmente entrou em recessão no começo desse ano. Isso deverá se arrastar para a maior parte de 2014 – ou para o ano inteiro.

Os críticos há anos vêm prevendo que as políticas populistas e intervencionistas da presidente, Cristina Fernandez de Kirchner, levariam a economia argentina à recessão. Paradoxalmente, foi uma tentativa de mudança em direção a políticas mais pragmáticas que os investidores estavam pedindo faz tempo que aparentemente levaram a esse cenário.

As medidas prejudicaram os gastos e levaram os economistas a revisar para baixo suas previsões já pessimistas para 2014. A visão consensual agora é que a economia encolherá em cerca de 1%, a primeira contração anual desde a crise de débitos, quando a Argentina ficou com uma dívida de US$ 100 bilhões. A produção contraiu em 4,4% em 2001 e 10,9% no ano seguinte, mas desde então, cresceu a uma média de 6,2% ao ano.

“Nós já estávamos com previsões ruins, mas a desvalorização de janeiro tornou a situação ainda mais crítica”, disse o ex-presidente do Banco Central, Rodolfo Rossi. “Não há confiança entre as companhias e os trabalhadores estão perdendo cada vez mais poder de compra”.

A recessão próxima do fim da presidência de Fernandez afetará seus índices de aprovação, que já caíram em 30%, e enfraquecerá sua capacidade de obter um aliado para sucedê-la nas eleições no próximo ano. Isso também colocará mais pressão sobre a redução das reservas estrangeiras e o risco de provocar agitação social. O governo estima uma taxa de pobreza de 5%, mas analistas privados dizem que essa é pelo menos cinco vezes maior.

A desvalorização de 20% – a maior em uma década, alimentou a inflação à medida que os argentinos, que frequentemente pensam em dólares, porque não confiam em sua própria moeda, aumentaram os preços para se ajustar à nova taxa de câmbio. Isso também fez os custos em pesos de bens importados e itens caros, como casas, que são vendidas em dólares, aumentarem. Economistas independentes veem a inflação alcançando pelo menos 30% nesse ano, com alguns prevendo até 45%.

Os salários não estão acompanhando, de forma que os salários reais caíram em uma das quedas mais rápidas desde 2002 no primeiro trimestre.

“Está se tornando mais difícil manter sua cabeça sobre a água a cada mês, os salários não são suficientes”, disse Antonella Cardoso, que trabalha em um estande de vendas de um shopping center de Buenos Aires. “Quando você vai ao supermercado, o dinheiro que antes comprava alimento suficiente para uma semana agora dá para comprar apenas para dois dias”.

O aumento nos preços está atingindo também o consumo de carne bovina em um país onde a carne bovina assada em churrasco é parte da identidade nacional. O consumo caiu mais de 5% no primeiro trimestre desse ano, mostraram dados do Ministério da Agricultura.

“Eu como menos carne bovina e mais frango e carne suína porque não custam tanto”, disse o residente da cidade, de 54 anos, Carlos Molina. “Você tem que mudar sua dieta”.

Tentativas de domar os preços e reforçar as reservas de dólares, como o aumento nas taxas de juros e os cortes nos subsídios de energia, também estão pesando sobre os consumidores. As medidas reduziram o consumo, que foi o motor do crescimento econômico nos últimos sete anos. A expectativa é que o consumo não cresça em 2014.

FONTE: Beef Point


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