Relatório que trata dessa visita será encaminhado para as autoridades sanitárias do Ministério da Agricultura na próxima sexta
Após o embargo às compras de carne bovina brasileira, técnicos do Serviço Nacional de Sanidade Agrária do Peru encerram nesta sexta, dia 6, a agenda oficial de visitas em Mato Grosso. O mercado entre os dois países se resume ao comércio de miúdos bovinos. As vendas para o país representam 1% do comércio total de miúdos do Estado.

A restrição do país andino ocorreu após a confirmação pelo laboratório de referência da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), em Weybridge, na Inglaterra, ter emitido laudo com resultado positivo para a marcação priônica que origina a Encefalopatia Espongiforme Bovina (EBB), conhecida como Mal da Vaca Louca.

Um relatório que trata dessa visita será encaminhado para as autoridades sanitárias do Ministério da Agricultura na próxima sexta. Já o laudo técnico ainda não tem prazo definido para ser apresentado pelos peruanos.

O estabelecimento conhecido como Graxaria foi o único em que a equipe de reportagem do Canal Rural conseguiu gravar as imagens da inspeção. Três médicos veterinários formam o grupo de diversas áreas da sanidade: análise de risco, área de quarentena e de laboratório animal. Outras visitas foram feitas a portas fechadas por exigência dos técnicos, que foram bem criteriosos.

– As exigências primordiais das autoridades do Peru é de que nós possamos dar garantia que o sistema de vigilância para EBB existe e segurança para retomar, o mais breve possível, as importações de carne bovina e derivados. Em todas as áreas que eles visitaram, foram apresentados todos os registros de controle, do sistema de vigilância para encefalopatia bovina, tanto no serviço oficial quanto no da iniciativa privada – pontuou o fiscal federal agropecuário do Ministério da Agricultura Donizete Mesquita.

– É muito importante essa tomada de decisão do Peru em vistoriar as unidades frigoríficas de Mato Grosso em um espaço de tempo tão curto após o episódio de sanidade que nós tivemos, e comprovar, na prática, todo o comprometimento sanitário que toda a indústria brasileira tem, que a indústria de Mato Grosso tem e, principalmente, todos os produtores têm com o controle sanitário – destacou o superintendente da Acrimat, Luciano Vacari.

– O serviço oficial e a iniciativa privada estão executando o trabalho bem tranquilamente, e esse resultado é possível de apresentar a qualquer missão sanitária que vier ao Brasil – diz Mesquita, acrescentando que acredita em resultado favorável ao Brasil.

– Nossa expectativa é muito positiva, temos plena convicção que o trabalho foi muito bem feito, a eficiência a agilidade e a rapidez em que o ministério tratou esse assunto foram exemplares, não deixou dúvida nenhuma a respeito do controle sanitário brasileiro. A gente espera que esses países que embargaram revertam seus posicionamentos e voltem a ter relações com o nosso Estado – aponta o superintendente da Acrimat.

Em 2013, o Brasil exportou 1.557 toneladas de miúdos ao Peru, gerando receita de quase US$ 3 milhões. Os embarques feitos exclusivamente por Mato Grosso foram pouco maiores a 313 toneladas do produto. Depois do Peru, Egito e Irã também embargaram a carne bovina brasileira.

FONTE: Rural Br