Pesquisador destaca importância da ureia para o gado no inverno
No inverno a ureia tem papel significativo na alimentação do rebanho bovino e pode ser utilizada sendo adicionada ao sal mineral, ao volumoso ou ao concentrado oferecido aos animais. A substância estimula o aproveitamento das forrageiras de baixa qualidade e acrescenta proteína na dieta do gado resolvendo dois problemas típicos da estação. A avaliação é do zootecnista Haroldo Pires de Queiroz, da Embrapa Gado de Corte, em Campo Grande. Queiroz explica que antes da ureia ser utilizada na alimentação do gado, o produtor deve misturá-la ao sulfato de amônio, na proporção de nove para um. Quando for adicionada para o consumo dos animais no sal mineral, Queiroz detalha que a proporção é meio a meio, metade ureia, metade sal, com troca a cada três dias para evitar empedramento. “Uma recomendação é incluir fubá na mistura, prolongando a vida útil do material, melhorando sua consistência e impedindo o empedramento", orienta o zootecnista. Com o volumoso, como a cana-de-açúcar e a silagem, por exemplo, ele explica que a recomendação é adicionar 1% do volume de ureia, que deve ser diluída em água. "Já com o feno, por não conter água, a porcentagem sobe para 3%", diz, completando que o preparo é realizado na hora de consumir. No concentrado, é um complemento proteico para enriquecer e reduzir o custo da proteína, considerando que o preço do farelo de soja é mais elevado que o da ureia. "São 100 kg de mistura múltipla - energia, proteína e minerais – com 1,5 kg de ureia. O produtor tem a possibilidade de fazer a mistura e guardá-la para toda a seca", comenta. O zootecnista explica que por ser tóxico, o produto somente é fornecido a ruminantes, porque a flora do rúmen transforma o nitrogênio não proteico em proteína. Todavia, há uma dose segura processada diariamente e isso merece uma observação. Para tanto, indica-se inserir o composto, gradativamente, usando metade da dose na primeira semana. Ele alerta ainda que animais doentes, famintos ou sem adaptação, bezerros e também cavalos, não devem ingerir o composto com ureia, pois quando a flora intestinal está em desequilíbrio, a ação tóxica se desencadeia. Queiroz lembra também que o uso da ureia é sugerido sempre no período mais seco do ano. Ele detalha que no verão, o pasto tem 10% de proteína e o gado precisa, no mínimo, de 6%. Na estação fria, a proteína do capim cai para 2% e o bovino perde peso, e que mesmo com reforço, a qualidade não é elevada. "O animal tem acesso a um valor insuficiente de forragem e no máximo mantém o peso ou o perde, vagarosamente, no inverno. Se o pecuarista oferecer a ureia no sal, terá garantido 100 gramas de ganho de peso por dia em um período crítico", avalia o especialista. Fonte: BeefWorld
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