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19/08/2014
BRF: ainda é cedo para avaliar impacto da decisão da Rússia


O diretor executivo global de assuntos corporativos da BRF, Marcos Jank, disse nesta terça-feira (12/8) que ainda é muito cedo para avalia os impactos das importações da Rússia para as exportações da empresa. Segundo ele, as plantas ainda estão em processo de habilitação e não há embarques previstos para o país europeu.

"As habilitações dependem de processo interno do Brasil, de um processo de verificação aqui dentro para saber as plantas que atendem às normas russas", explicou, ao participar de um seminário sobre perspectivas para o agronegócio, realizado pela Câmara Americana de Comércio, em São Paulo.

Recentemente, o governo russo anunciou que vai compensar o bloqueio de compras de produtos agropecuários de mercados como os Estados Unidos e da União Europeia com importações de outros países, incluindo o Brasil. A expectativa é de impacto, principalmente, no complexo carnes.

"Tem condição de atender a Rússia? Tem condição, e sem afetar o mercado aqui no Brasil porque tem como aumentar a produção. Mas tem que tomar muito cuidado porque a gente não sabe até quanto tempo vai durar isso. O que está acontecendo é fruto dos embargos. A Rússia habilita plantas quando precisa", ponderou Jank.

Ele lembrou que a Rússia, nos últimos anos, ampliou sua autossuficiência no abastecimento de carnes. No segmento de frangos, deve estar em 86%; no de suínos, em torno dos 80%. Segundo Jank, a demanda maior do mercado russo deve estar nas carnes de frango e bovina.

Já no setor de lácteos, o executivo da BRF avaliou que há uma "pequena oportunidade" em alguns produtos. Marcos Jank evitou, no entanto, dizer se esta oportunidade pode representar uma mudança nas decisões da companhia em relação a este mercado. "A gente está analisando oportunidades estratégicas e não há nada definido em relação a isso, mas a empresa está se reposicionando."


Valor agregado
Na sua apresentação no seminário, Marcos Jank destacou que o Brasil ainda é um exportador de commodities, tanto as agrícolas quanto as chamadas commodities agroindustriais. Para ele, o principal desafio para a competitividade do agronegócio brasileiro é agregar valor aos seus produtos. "Sair de algo que vale de US$ 300 a US$ 500 por tonelada para produtos que valem de US$ 3 mil a US$ 5 mil."

Na avaliação do executivo da BRF, o Brasil não tem acordos comerciais importantes e, por isso tem dificuldade em abrir mercados. "Nas proteínas, temos mercados altamente controlados sobre os quais o Brasil não se debruçou", disse ele. "A China se abriu para a soja, mas dificulta a entrada de proteínas animais."

Ao comentar o assunto em entrevista coletiva, Jank citou como exemplo a própria planta da BRF em Abu Dhabi, que ainda será inaugurada. A unidade, segundo ele, deve receber carne brasileira, que será reprocessada em "dezenas de produtos" para o consumidor final. "A gente vai, a partir dessa fábrica, fazer produtos mais próximos do consumidor. Estamos comprando empresas que serão distribuidoras nossas em países árabes para chegar mais perto do consumidor."

Para ele, um dos pontos fracos do agronegócio brasileiro é a falta de cadeias organizadas de distribuição nos próprios mercados externos. Jank disse que não é impossível exportar produtos diferenciados a partir do Brasil, mas argumentou que, no caso da chamada cadeia do frio, a atuação local ganha importância.

"Você vai com as commodities até um limite, onde a logística permite. Para chegar com produtos diferenciados, com marca, mais de cem produtos, uma possibilidade de reprocessamento fora é importante", disse ele. "Somos players na commodity, mas existe a oportunidade de chegar à dona de casa dominando canais de distribuição no exterior", acrescentou, lembrando que há países em que não há uma cadeia do frio desenvolvida, o que dificulta o acesso ao mercado.

Fonte: BeefWorld


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