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26/08/2014
Aumento no consumo mundial de carne abre oportunidades ao Brasil


Líder mundial na exportação de carne, o Brasil é um dos principais países credenciados a saciar o apetite por proteína animal de mercados asiáticos e africanos na próxima década. O crescimento da população em centros urbanos, aliado ao aumento de renda dos trabalhadores, fará com que a demanda por aves, bovinos, suínos e ovinos cresça em ritmo maior do que a por produtos agrícolas, de agora até 2023, segundo relatório da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO).

Com grandes áreas de terras e recursos hídricos, a agropecuária brasileira tem potencial e tecnologia para fornecer boa parte da produção adicional necessária para atender a mercados que passaram a buscar uma alimentação mais nobre, após melhorarem de vida.

- O índice de insegurança alimentar no mundo vem diminuindo a cada ano, com milhões de pessoas saindo da linha da pobreza e passando a consumir carne, leite, ovos e derivados - ressalta Gustavo Chianca, representante assistente da FAO no Brasil.

Conforme o relatório Perspectivas Agrícolas 2014-2023, divulgado no mês passado em Roma, 75% da produção agropecuária adicional a ser consumida no mundo será suprida por países da Ásia e da América Latina. Maior exportador de carne bovina e de aves, o Brasil é a menina dos olhos dos compradores internacionais.

- O Brasil está muito bem posicionado. E aproveitar a oportunidade significa aumentar a produtividade e também mostrar ao mundo uma produção sustentável - avalia Chianca.

A procura mundial por carnes irá sustentar preços firmes no mundo, com possibilidade de chegar a níveis recordes. Mercados produtores, como o Rio Grande do Sul, serão beneficiados com esse aumento de consumo. No ano passado, as exportações brasileiras de aves, bovinos e suínos somaram mais de US$ 16,5 bilhões.

- A Região Sul é o celeiro da proteína animal no país — destaca Francisco Turra, presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal.

Na pecuária de corte, ainda com volumes pequenos destinados à exportação, o Rio Grande do Sul tem na genética e na qualidade da carne trunfos para se beneficiar. Nesta semana, a agropecuária gaúcha ganha evidência com o início da 37ª Expointer, uma das principais feiras do setor. O evento, no parque Assis Brasil, em Esteio, começa no próximo sábado, atraindo olhares de dentro e fora do país.

- Para aumentar a produção de carne será necessária maior quantidade de grãos e, consequentemente, mais insumos. É um eixo de crescimento e desenvolvimento que poderemos aproveitar - avalia Antônio da Luz, economista da Federação da Agricultura do Estado.

Veja abaixo as projeções da FAO em alguns dos principais países consumidores e produtores mundiais de proteína animal

Produtividade da pecuária de corte é um desafio para o Estado

Com um rebanho bovino de 208 milhões de cabeças, o dobro dos Estados Unidos, o Brasil tem produção menor do que os americanos. O dado é suficiente para quantificar o quanto é possível aumentar a eficiência da pecuária brasileira, maior exportadora de carne de gado do mundo. Além de produzir mais por hectare, o país ainda precisa que o seu sistema sanitário ganhe confiança em mercados mais exigentes. Das 9 milhões de toneladas de carne produzidas por ano, o Brasil exporta menos de 20% desse volume para mais de 170 destinos.

- Tivemos evolução na questão sanitária, mas ainda estamos fora de grandes mercados - destaca Fernando Sampaio, diretor-executivo da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec).

A Europa, por exemplo, exige rastreabilidade individual do rebanho. No Brasil, o índice de animais rastreados é inferior a 1%. Outra ponto a avançar, conforme Sampaio, são os acordos comerciais para exportação, que dependem de articulações do Mercosul.

Com predomínio de raças britânicas no campo, o rebanho gaúcho é desfavorecido quando o assunto é volume de produção. O rebanho bovino no Rio Grande do Sul é de cerca de 13 milhões de cabeças.

- Há anos não aumentamos nosso rebanho, que vem perdendo cada vez mais espaço para os grãos. Por isso, a saída é aumentar a produtividade - ressalta Gedeão Pereira, vice-presidente da Federação da Agricultura no Rio Grande do Sul (Farsul).

Pecuarista em Aceguá, na fronteira com o Uruguai, Ronaldo Jacintho Cantão, 55 anos, dobrou a produtividade em 15 anos ao investir em pastagens adubadas, na definição de raça e no manejo adequado. De lá para cá, a produção de 80 quilos por hectare saltou para 166 quilos por hectare. A média no Rio Grande do Sul é de 70 quilos por hectare.

- Não é um trabalho que se faz de um dia para o outro. Comecei com 15 hectares de pastagem adubada e hoje são mais de 500 hectares - explica o pecuarista, que administra a Estância Formosa ao lado dos irmãos Flávio, 60 anos, e Aloísio, 42 anos.

Há 10 anos, os irmãos investiram em rastreabilidade e hoje têm todo o rebanho angus de 1,7 mil cabeças voltado à cria, recria e terminação identificado. A produção é vendida para frigoríficos exportadores que oferecem até 8% a mais pelos animais.

- A rastreabilidade é um coringa, ajuda na valorização do produto e na gestão da propriedade — acrescenta Cantão.


Fonte: BeefWorld - Adaptado pela equipe CIA/UFPR


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