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29/08/2014
Egito suspende embargo à carne bovina de Mato Grosso


O governo do Egito suspendeu o embargo às importações de carne bovina de Mato Grosso, após reunião do ministro brasileiro da Agricultura, Neri Geller, com seu colega egípcio, Adel El-Betagy, nesta quinta-feira (28), no Cairo.

“Foram superados todos os questionamentos técnicos e ficou acertada a suspensão, que deve sair na segunda-feira”, disse Geller por telefone à ANBA. Na segunda porque sexta-feira já é final de semana no Egito. Segundo ele, houve intensa discussão técnica e científica entre representantes dos governos egípcio e brasileiro ao longo desta quinta-feira para se chegar a um entendimento.

O Egito interrompeu as compras de Mato Grosso em maio, depois de o Brasil anunciar a identificação do agente causador da encefalopatia espongiforme bovina - o mal da vaca louca - num animal do rebanho do estado.

O caso foi considerado “atípico”, pois, segundo o Ministério da Agricultura, ocorreu em função da idade avançada da vaca e não por intoxicação. O status do Brasil segue como de risco insignificante para a doença, segundo avaliação da Organização Internacional de Saúde Animal (OIE).

Geller está na capital egípcia acompanhado de uma delegação de representantes de órgãos do governo, empresas e entidades setoriais, entre eles o diretor-geral da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, Michel Alaby, e o gerente de Relações Governamentais da instituição, Tamer Mansour.

Outros temas discutidos com ministro da Agricultura egípcio, segundo Alaby, foram a ampliação do prazo de validade de prateleira da carne resfriada exportada pelo Brasil de 21 para 90 dias, conforme ocorre em outros países; a suspensão da exigência de fiscalização individual em cada embarque de frango brasileiro ao Egito, adotada este ano; e a abertura do mercado egípcio para o frango processado do Brasil.


Câmara Árabe

Delegação brasileira se reuniu com empresários egípcios
“Nós sabemos que [a abertura do mercado para o frango processado] é um tema sensível, mas devemos colocar na mesa de discussão, visto que os importadores [egípcios] têm interesse e isso permitiria aumentar a oferta para os consumidores com redução dos preços finais”, observou Alaby.

Aliás, a delegação brasileira recebeu apoio de importadores egípcios em algumas de suas demandas. Em reunião realizada também nesta quinta-feira com o ministro do Comércio e Indústria, Mounir Fakry, empresários e representantes da Federação das Câmaras de Comércio Egípcias relataram que o embargo à carne de Mato Grosso e a fiscalização de todas as cargas de frango, ao invés de inspeção por amostragem, inibem o comércio e aumentam os custos.

Geller disse que a questão da fiscalização do frango foi bem encaminhada, mas ainda não há uma conclusão.

As exportações do Brasil ao Egito somaram quase US$ 1,2 bilhão de janeiro a julho deste ano, um aumento de 14,5% sobre o mesmo período do ano passado. Os principais itens comercializados foram carnes, açúcar e soja.

Entraves no Brasil

Mas o Egito também falou sobre medidas do governo brasileiro que afetam o comércio, entre elas decisão recente da Câmara de Comércio Exterior (Camex), que aplicou sobretaxa antidumping aos vidros importados do país árabe. Fakry ressaltou que isso ocorreu apesar dos negócios não serem tão significativos, de apenas US$ 25 milhões no ano passado. Além disso, a balança comercial é tradicionalmente deficitária para os egípcios, com mais de US$ 1,9 bilhão de saldo negativo somente no ano passado.

Nesse sentido, Mounir Fakry pediu que o governo brasileiro se esforce para ratificar o acordo comercial do Egito com o Mercosul no Congresso Nacional e nos demais parlamentos do bloco sul-americano. O tratado foi assinado em 2010 e já foi ratificado pelos egípcios.

“Devemos permitir uma maior afluência de produtos egípcios no mercado brasileiro e, por extensão, dos países do Mercosul”, destacou Alaby. “A ratificação total [do acordo] permitirá um maior intercâmbio comercial e reduzirá impostos para uma série de produtos brasileiros no Egito, tal como a carne de frango, que hoje paga 30% de imposto de importação, e se [o tratado] já estivesse em vigor, pagaria somente 21%”, acrescentou.

Fakry ressaltou que este é um bom momento para ampliar a relações econômicas entre os dois países, pois o Egito tem um novo presidente, o recém empossado Abdel Fattah El-Sisi, e busca atrair investimentos estrangeiros. Na quarta-feira, Neri Geller foi surpreendido por um convite para uma reunião com Sisi que não estava na agenda, conforme noticiou a ANBA. Uma das áreas citadas por Sisi que o Egito tem interesse em desenvolver é a de fertilizantes. O ministro brasileiro saiu otimista do encontro e confiante de que haverá um forte aumento do comércio bilateral.

Geller destacou que foi assinado um termo de cooperação com o governo egípcio e combinada a formação de um grupo de trabalho para atuar na área de fertilizantes, com a troca de missões técnicas e comerciais. Ele destacou que o Egito tem excedente de produção e pode exportar estes insumos ao mercado brasileiro, assim como o Brasil pode ampliar as vendas de itens como milho, soja e frango aos egípcios. “Ocorreram muitas coisas boas nesta viagem”, declarou o ministro. “Vamos dar seqüência a isso”, concluiu.


Fonte: Beef World


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