Baixo preço do milho impacta setor dos transportes no norte de MT
A colheita do milho na região norte de Mato Grosso já terminou, mas muitos agricultores ainda não tiraram os grãos das propriedades, já que os preços não estão atrativos. A comercialização lenta também reflete no setor de transportes. Em Sinop, a 503 quilômetros de Cuiabá, o gerente Roberto Negrini informa que o custo da produção de milho na fazenda onde trabalha foi de R$ 13 e se a saca do grão for vendida a R$ 11, será um prejuízo, “Teria que vender a pelo menos R$ 15 para ter algum retorno”, diz. Na fazenda, a colheita dos dois mil hectares de milho acabou há 30 dias e o proprietário optou por armazená-los no campo em “silos-bolsa”, sem previsão de venda. O gerente acredita que até o final do ano não haverá melhora no preço. Sendo assim, o cereal colhido vai ficar nos silos-bolsa por mais quatro ou cinco meses. “Hoje o custo por saca é R$ 0,50 para colocar ele na lavoura, sendo que se for entregar para armazenagem já paga R$ 1,50 mais frete até chegar no armazém, então deixo aqui”, afirma. Com essa opção de armazenar o milho no campo e a lenta comercialização, os motoristas das transportadoras já sentem o impacto na diminuição dos transportes do grão. “O frete que eu fazia para os produtores não estou fazendo mais. Tirava em torno de R$ 30 mil nessa época de safra. Agora não puxei milho esse ano da lavoura para a cidade”, diz Hélio Martins, motorista de caminhão. saiba mais Colheita de milho chega ao fim em cinco regiões de Mato Grosso Segundo leilão de Pepro negocia 1,63 milhão de toneladas de milho Em uma transportadora da região, a procura por frete diminuiu 20% em comparação com a safra do ano passado. “Além da redução, tivemos outro agrave que foi o custo operacional, no mínimo aumentou 20%. No momento, estamos com dois meses de poucas cargas, fluxo muito pequeno, comparado ao ano passado, até então dando dificuldade para nossa empresa e toda a classe do transporte para honrar com nossos compromissos e dívidas”, conta Geison Tanchela, gerente da transportadora. A baixa comercialização do cereal faz com que surja outra preocupação com relação à produção de soja, que em alguns meses também será levada aos armazéns, que já estão cheios de milho. “Existe uma expectativa também de aumento do preço. Então ele [produtor] vai prolongando a retirada do produto”, afirma Paulo Alba Morgado, gerente de armazém. Fonte: GloboRural
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