Entenda como funciona o mercado de carne dos países árabes
Você conhece a carne halal? Sabe quais os cortes mais consumidos no Oriente Médio? Entende a importância do mercado árabe? Apesar de não ser tão popular no Brasil, cerca de 25% da população mundial compra carnes abatidas no método halal. A participação do Oriente Médio nas vendas brasileiras é grande. Para que os frigoríficos nacionais possam exportar, são necessárias medidas de certificação e auditoria da planta das indústrias. A fim de explicar um pouco mais sobre esse importante nicho comercial da carne brasileira, o Giro do Boi recebeu o gerente de exportações para os países Árabes e África da JBS, Rada Saleh, que esclareceu os diferenciais que a carne deve ter para ser exportada para o Oriente Médio. Saleh ressalta que sanidade, higiene e armazenamento são importantíssimos na hora de adquirir o documento de certificação. – É necessário realizar o abate halal, que deve ser acompanhado por uma entidade certificadora, que audita a planta frigorífica para que o boi destinado à produção dessa carne diferenciada seja verificado e supervisionado pelo inspetor. A lei islâmica determinada que somente carnes carcaças degoladas por este método sejam exportadas– afirma o especialista. Como produzir carne halal: Conforme a legislação desses países, algumas procedimentos são fundamentais para se adquirir a certificação: • Uma auditoria avalia a planta do frigorífico e este laudo determina o recebimento ou não do certificado; • Um funcionário árabe deve inspecionar o processo de abate, que é diferenciado; • Ao realizar a degola, a parte da frente do animal deve estar direcionada à Meca (berço da religião islâmica), em sinal de agradecimento a Deus; • Na hora de abater o animal, deve-se pronunciar uma expressão que significa "Em nome de Deus"; • Durante todo o processo, não pode haver nenhuma contaminação com outras carnes que não seguiram o mesmo método; • Não pode haver o atordoamento do animal, o que gera dificuldades para a indústria, eleva os custos e torna o procedimento mais demorado; Cortes mais importantes Dentre os dois maiores importadores da carne brasileira no Oriente Médio – Egito e Líbano –, alguns cortes são preferidos pelos compradores locais. No Egito, os cortes favoritos são acém, paleta, pescoço, peito e músculos. Já no Líbano, a ponta de contrafilé, contrafilé, filé mignon, alcatra, patinho, colchão mole, colchão duro, lagarto e músculo são os mais pedidos. Líderes de consumo Da região do Oriente Médio e levando em conta o volume, o país que mais importa a carne brasileira é o Egito. No caso dos egípcios, a preferência é por carne congelada. Enquanto no Líbano, a carne resfriada é mais abundante. Para exportação de cortes congelados, infraestrutura e logística muito bem elaboradas são essenciais. Desde o momento da embalagem (que é feita a vácuo) até o momento de estufar o contêiner, todos os equipamentos necessários, planta e temperatura devem estar sob controle. Fonte: RuralBR
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