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27/10/2014
Tripanossomose bovina: como prevenir e combater?


A tripanossomose faz parte de um grupo de doenças parasíticas do sangue que afetam todos os animais domésticos e muitos animais selvagens. Particularmente para atividade de bovinocultura, as espécies de parasitas mais importantes da tripanossomose são: T. congolense, T. vivax e T. brucei e T.evansi, que atingem camelos e equinos, conhecida popularmente como “mal das cadeiras ou surra”.

O tripanossoma, que é um protozoário que atinge a corrente sanguínea e seus nutrientes, respectivamente, foi descoberta no continente Africano. Atualmente, está distribuído por todos os continentes. A doença leva o animal a um rápido quadro de emagrecimento e anemia. Os demais sintomas são febre, quadro progressivo de letargia (animais ficam deitados por muito tempo) e lacrimejamento, entre outros.


Importância de saúde pública mundial

Os animais podem ser reservatórios (hospedeiros intermediários) de doenças que atingem os humanos, como a doença de chagas (T. cruzi) e a doença do sono (T. brucei gambiense e T. brucei rhodesiense). A transmissão dessas doenças ocorre através das picadas, respectivamente, do barbeiro e da mosca tsé-tsé infectada, existente somente na África Subsaariana. As outras espécies de tripanossomose citadas não possuem poder zoonótico (transmissão para humanos).

Atualidade da Tripanossomose X Bovinocultura

Atualmente no Brasil, o rebanho do estado de Minas Gerais, caracterizado pelos excelentes índices leiteiros e genéticos, vem sofrendo danos com esta doença que causa sérios prejuízos socioeconômicos, sanitários e ambientais (mortalidade, retardo do crescimento, diminuição da produção leiteira e de carne, abortos, gastos com diagnósticos e tratamentos, quarentena de áreas atingidas, restrição de compra de animais de áreas endêmicas etc.).

Na região central do continente africano existem incidências de todos os tipos de tripanossomose citados anteriormente, sendo o principal disseminador da doença a mosca tsé-tsé e outras mutucas, que fazem a transmissão direta da doença.

Também podem ocorrer transmissões indiretas pela utilização de agulhas contaminadas em vários animais. Portanto, a incidência dessa doença aqui na África é muito alta. Em contrapartida, na América do Sul a espécie em prevalência no rebanho bovino é apenas a T. vivax, que pode ser transmitida por duas formas: direta - mutucas hematófagas (alimentam de sangue); e indireta - transmissão acidental (uso de uma agulha contaminada em vários animais, que foi a principal causa da disseminação da doença em Minas Gerais).

Tratamento, profilaxia e controle

É preciso traçar objetivos para cura e prevenção. Uma das dificuldades que os pecuaristas de Minas Gerais estão enfrentando hoje é a aquisição de remédios com ação curativa e preventiva. Muitos medicamentos são proibidos no Brasil, pois não possuem estudos suficientes sobre o resíduo que pode ficar no leite e qual a sua ação no organismo dos humanos.

Na África, importa-se medicamentos da Europa, que possuem ações curativas e preventivas. Consequentemente, implantamos em nosso calendário profilático a medicação de todos os animais com medicamento preventivo. Os princípios ativos dos medicamentos preventivos usados são Isometamidium (cloreto) e aceturado de diminaze + fenazona/antipirina.

Em se tratando de medicamentos curativos, importa-se do Brasil um que possui fórmula à base de diaceturato de diminazene, vitamina B12 e antipirina. Também administra-se antibióticos à base de tetraciclinas.

O controlo biológico dos vetores (moscas) também se faz necessário para reduzir os surtos, por isso pulveriza-se o gado e também prepara-se armadilhas para moscas.

Os produtos advindos das atividades bovinocultura de corte e leite são necessárias para a alimentação da vida humana, além de serem importantes economicamente para todos os elos do setor produtivo. Diante disso, é de extrema necessidade que todas as autoridades e órgãos competentes tenham obrigação de agir em prol do bem-estar dos animais e de seu meio ambiente.

Leandro Cazelli Alencar é médico veterinário e atua com pecuária de corte e leite na República do Congo, África.

Fonte: Globo Rural


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