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07/11/2014
Bem-estar animal cada vez mais será tema de diálogo


Um dos assuntos de grande preocupação da indústria de proteína animal, sobretudo da indústria das carnes, é como dialogar com consumidores cada vez mais exigentes, informados e curiosos a respeito do processo de produção dos alimentos.

Caiu por terra a ideia de que bastava uma embalagem diferenciada, com informações nutricionais e slogans positivos sobre saúde e qualidade de vida para que o consumidor ficasse satisfeito com o produto que iria levar para casa.

O consumo de alimentos é dinâmico e sofre influências como o acesso à informação, estilo de vida, hábitos de consumo, classe de renda, nível de escolaridade, faixa etária, questões éticas e religiosas, preocupações de saúde e estéticas, modismos e propagandas.

Todos estes aspectos, em maior ou menor intensidade, conscientes ou inconscientes, inatos ou adquiridos, acabam por formar o que se convencionou a chamar de perfil de consumo.

Temos assistido à uma verdadeira revolução no perfil dos consumidores brasileiros, principalmente pelas mudanças socioeconômicas ocorridas no país. A população tornou-se majoritariamente urbana, as famílias reduziram de tamanho, as mulheres ingressaram no mercado de trabalho, a renda aumentou, o tempo de preparo e consumo dos alimentos diminuiu e a alimentação fora do lar passou de luxo a necessidade.

O nível de exigência dos consumidores é crescente, e vai desde o interesse pelas informações técnicas a respeito do alimento a ser adquirido até informações intrínsecas ao processo de produção.

No caso das proteínas de origem animal como carnes, leite, ovos e produtos processados, a preocupação dos consumidores brasileiros ainda está muito relacionada ao binômio qualidade x preço, no entanto cresce rapidamente o estoque de informações de consumo sobretudo pelo maior acesso a produtos diferenciados mesmo pelas pessoas de menor poder aquisitivo, da grande quantidade de informação disponível, do ativismo em relação aos direitos dos animais e da consciência dos novos consumidores que já são educados em bases diferentes em temas como meio-ambiente, sustentabilidade e responsabilidade social.

Bombardeados com informações favoráveis e contrárias ao consumo de proteína animal, sobretudo de carnes, aumenta a cada dia o interesse dos consumidores em compreender todo o processo de produção, e no caso da proteína animal o tema do bem-estar nos sistemas produtivos é o que tem o maior potencial de gerar atrito na relação entre indústrias e consumidores.

Em 2013 entrou em vigor nos países membros da Comunidade Europeia as resoluções que estabelecem novas regras de bem-estar para os animais de produção, tendo como lastro o aumento da pressão dos consumidores. A partir disso gerou-se em todo o mundo um aumento das discussões em relação à questão do bem-estar nos sistemas de produção animal, sobretudo em sistemas mais industrializados como aves e suínos.

Depois da Europa outros países já se pronunciaram a respeito do assunto, como é o caso dos EUA, Canadá e Nova Zelândia, e também há um movimento crescente no estabelecimento de regras privadas para o tema, como já fizeram as redes de varejo Walmart e Tesco; as de fast-food McDonald´s e Burger King; indústrias de processamento como Nestlé e Heinz; além de restaurante de atuação local que passaram a exigir produtos certificados para bem-estar na produção animal.

O tema do bem-estar animal é muito complexo, pois apesar de todo avanço científico e tecnológico em relação ao assunto o mesmo não deixa de carregar uma grande carga de emoção, pois lida com aspectos que não podem ser mensurados apenas de forma analítica, como dor e sofrimento, e à medida que aumenta o conhecimento e a consciência dos consumidores mais estes cobrarão das cadeias produtivas respostas sobre como são tratados os animais que lhes fornecem alimentos.

A boa notícia é que as cadeias produtivas da proteína animal do Brasil estão cada vez mais atentas e buscando responder às novas demandas dos consumidores.

Fonte: BeefWorld


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