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10/11/2014
Não faltam métodos para sustentabilidade na indústria de carne bovina


A implantação de ferramentas de sustentabilidade no setor de carne bovina não precisa começar do zero, pois há amplos exemplos já em vigor em outros segmentos de commodities e métodos para medir o seu progresso usados por empresas multinacionais e pequenos agricultores de subsistência, disseram consultores durante o congresso da Mesa-Redonda Global para Carne Bovina Sustentavel (GRSB), realizada na semana passada em São Paulo.

Maneiras de medir a sustentabilidade na pecuária incluem análise de dados sobre a taxa de mortalidade do rebanho, taxa de uso de antibióticos e emissões de gases de efeito estufa divididas pelo peso vivo em quilogramas. Esses e outros métodos oferecem dados contextuais para um produtor e seus parceiros frigoríficos para comparação dentro da indústria, disse Karl Williams, diretor da FAI Farms, uma consultoria que apoia agroindústrias, empresas de sanidade animal, governos e outras entidades no desenvolvimento de cadeias sustentáveis de abastecimento alimentar.

“Nós não podemos dizer aos agricultores como cultivar, mas nós podemos fornecer as medidas para ajudá-los a identificar as áreas de seu negócio que precisam se concentrar, com possíveis soluções e ferramentas para melhorar isto”, disse ele. “Eles podem olhar para o seu negócio e perguntar por que está tratando os animais de uma determinada maneira, e por que (seus dados) estão diferentes dos de seus vizinhos.”

Desde 2008, o principal foco de Williams foi no apoio ao McDonald's da Europa em seu projeto Flagship Farms (www.flagshipfarms.eu), e no Programa de Garantia Agrícola do McDonald's (MAAP).

O projeto Flagship Farms do McDonald's destaca os melhores fornecedores agrícolas da rede de fast food na Europa, permitindo-lhes compartilhar exemplos de sucesso por meio da exposição e troca de dados.

O McDonald's também introduziu sua ferramenta de web chamada “Farm Forward Beef Efficiency” para os agricultores na Grã-Bretanha e Irlanda. Com a entrada de alguns pontos de dados-chave, a ferramenta mede a pegada de carbono de um fazendeiro de gado e mostra o quanto ele pode economizar por cabeça ao tomar algumas medidas de eficiência.

“Aprender a se envolver com o agricultor sempre foi o maior desafio”, disse Williams. “O retorno sobre alguns desses investimentos pode levar de dois a quatro anos, o que muitas vezes não é um rápido retorno sobre o investimento. E essa é a maior luta de alguns desses agricultores”, pondera.

Exemplos fora de carnes

Vários exemplos de empresas de outros segmentos de commodities adotando ferramentas de sustentabilidade estão disponíveis para a aprendizagem da indústria de carne bovina, disse Dawn Robinson, diretora da América Latina para a Proforest, uma consultoria sediada no Reino Unido focada em padrões de sustentabilidade.

Entre esses exemplos, está o anúncio da Cargill lançado em setembro de que vai estender um compromisso de desmatamento zero, que já tem para o óleo de palma, para todas as mercadorias que produz. Ainda, outro exemplo é o compromisso da Nestlé de submeter 30% do seu volume de 12 produtos básicos às diretrizes responsáveis de abastecimento até 2015.

“Você não precisa reinventar a roda, a sua indústria pode aprender muito com outras organizações e suas iniciativas de sustentabilidade”, disse Dawn Robinson.

Manejo holístico de pastagens

O papel dos animais de grande porte tem um impacto significativo sobre a regeneração do solo, mas muitos agricultores perderam de vista este uso, o que pode ser considerado uma das iniciativas de sustentabilidade mais úteis para a indústria de carne bovina, disse Tre' Cates, COO e CFO do Savory Institute, que promove em larga escala a restauração “holística” de pastagens mediante gado adequadamente gerido.

A reintrodução de animais de grande porte e seus resíduos para o processo de recuperação do solo em um programa bem planejado pode ajudar fazendeiros a aumentar a sua taxa de estoque de gado em 2-3 vezes por hectare, e aumentar a média de ganho de peso enquanto reduz os custos, disse Cates.

“Essa é uma oportunidade para provar que as pastagens existentes podem ser muito mais produtivas do que o que está ocorrendo atualmente”, acrescentou. “Nosso processo mostra claramente por meio de resultados que os recursos da terra são subutilizados por práticas agrícolas atuais.”

“O pastoreio planejado de forma holística” envolve um processo dinâmico que leva em conta tudo, desde logística de gado, clima local, até a topografia de pastagens, para ajudar os agricultores a planejarem as pastagem e padrões de movimento de gado em suas terras por uma série de meses.

Muitos agricultores que contrataram o Savory Institute já tentaram gerir os padrões de pastagem de seu gado de forma reativa em vez de proativa, disse Cates. Eles muitas vezes não tinham uma boa compreensão das necessidades de recuperação de gramíneas em sua propriedade, acrescentou ele, ou davam pouca atenção aos motivos que levavam à movimentação dos animais.

O Savory tem escritórios centrais de consultoria e treinamento no Zimbábue, no Chile, na África do Sul, no México e na Argentina, entre outros países. Há participantes em alguns países que são analfabetos, mas o instituto tem sido capaz de desenvolver programas usando símbolos e mapas ilustrados de pastagem que têm produzido resultados reais, disse Cates.

Fonte: CarneTec


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