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16/12/2014
Livro contesta paradigmas sobre impactos da produção de carne bovina


“Uma pecuarista escreveu um livro sobre como a carne bovina produzida ao ar livre e a pasto é melhor do que a produção industrial. Aplauso lento”, comentou o usuário @FoodNetworkVeg.

Porém, a missão de Hahn Niman é muito maior que isso. Se você procura um livro que inspire socos na mesa de Ação de Graças, você o encontrou.

Seu “manifesto” pede por um sistema alimentar revolucionado – um que requeira vacas. A co-proprietária do famoso Niman Ranch não somente estendeu a tese de seu livro sobre suínos, “Righteous Porkchop”, para argumentar com alguns mimados do movimento atual de alimentos artesanais; ao invés disso, ela está dizendo aqui que quase tudo o que aceitamos como norma sobre os efeitos ambientais negativos da produção pecuária e os efeitos negativos para a saúde de se consumir carnes vermelhas está errado. Além disso, ela fala que os bovinos são necessários para restauração e saúde futura do planeta e suas pessoas.

Hahn Niman atacou muito aqui. Porém, como uma bióloga treinada, ex-advogada ambiental da Waterkeeper, de Robert F. Kennedy Jr., esposa do pecuarista, Bill Niman e, curiosamente, também uma vegetariana, ela adora uma pancadaria. “Eu vim armada com dados e muitos deles…”, escreveu ela na introdução, acrescentando que “os fatos da agricultura básica e demográficos não estão em disputa”.

É um livro de números e nele, ela vem desmascarar tudo o que você pensa que sabe.

Ela começa, por exemplo, com a crítica agora comumente citada de que os bovinos causam aquecimento global. Essa informação veio de um relatório de 2006 da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), que disse que 18% de todas emissões de gases de efeito estufa do mundo vêm da pecuária e, a maioria delas, de bovinos. Esse número ainda é usado, apesar de ter sido desmentido antes mesmo de Hahn Niman fazer isso.

Nesse mesmo ano, o Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática, que inclui os melhores monitores sobre aquecimento global, disse que as emissões de todas as fazendas, incluindo tratores, produção agroquímica, plantio direto, etc. eram de 10% a 12% das emissões globais. O Programa Ambiental das Nações Unidas agora afirma que o número para toda a agricultura é de 11% e que os bovinos seriam uma pequena porcentagem disso.

Uma por uma, Hahn Niman cutuca as “vacas sagradas” da ortodoxia anti-carne. Comer carne leva à fome mundial? Não, a pecuária é um alimento crítico (e dinheiro) para 1 bilhão de pessoas pobres do mundo, muitas vivendo onde as colheitas agrícolas não podem ser cultivadas.

Desmatamento? As florestas são desmatadas principalmente para produção de soja, com quase nada indo para alimentar as vacas.

A carne vermelha e a gordura animal são causas da atual epidemia de doenças cardiovasculares? O estudo de Keys de 1953 que disseminou essa crença na verdade não mostrou efeito de causa entre os dois e nos empurrou para o aperto mortal entre as gorduras trans e o verdadeiro assassino: o açúcar. O excesso de pastagens arruinou o Oeste Americano? Não, foi o pastoreio impróprio e, em alguns casos, a falta de gado suficiente.

Estou apenas comentando brevemente aqui, mas Hahn Niman não. Ela aprofunda o leitor nos detalhes dos estudos de tal maneira que quase falta ar. Lembrando que ela é advogada, usando muitos “como mostrarei” e “como demonstrei” para defender seu caso.

Esse caso, o verdadeiro assunto do livro de Hahn Niman, é sobre pastagens. No capítulo chamado “All Food Is Grass”, ela defende a “produção de pasto, em vez de produtos químicos e mecanização, a base de nossos sistema de alimentos é enorme, mas é uma mudança necessária”. Mesmo quando ela critica a indústria de carne bovina (seu sustento) pela pastagem pobre e uso de hormônios de crescimento, entre muitas outras práticas ruins, ela continua voltando a seu ponto de que precisamos de pasto e de que o pasto precisa dos bovinos.

Aqui, Hahn Niman se une a vários outros novos livros que exaltam o defensor do pasto de Zimbabue, Allan Savory.

Sua teoria de “Pastagem Holística” propõe que os ruminantes, como os antílopes e bisões – e agora as vacas – criaram pastagens saudáveis quando eram mantidos pelos predadores em grupos pequenos e constantemente mudando de lugar para lugar, desenterrando a grama e deixando um fluxo constante de esterco. Essas pastagens prosperaram, prevenindo a erosão da parte superior do solo, que é uma de nossas piores crises ambientais globais, sequestrando quantidades massivas de carbono e produzindo um alimento denso e nutritivo a partir de terras marginais. Para movimentar esses rebanhos é necessário cowgirls e cowboys, o que também gera mais emprego na área rural do país.

É claro que mesmo a perspectiva de mitigar o aquecimento global ou melhorar a saúde global não persuadirá muitos vegetarianos ou veganos a começar a comer carne bovina.

Obviamente, Hahn Niman está de acordo com isso. “Mas se suas razões são baseadas no meio-ambiente ou saúde, acho que essas razões são mal embasadas”.

Ela não está tentando mudar sua mente; está tentando salvar seu mundo. E se você for um consumidor tentando escolher seu caminho através desse debate que gera divisão, pode-se ter muita informação em cada página.

Fonte:BeefPoint


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