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23/12/2014
Uruguai se firma com pecuária rastreada e vencedora


... Latina, com um sistema universal para o rastreamento eletrônico do rebanho e um aumento contínuo das exportações

As exportações acumuladas de produtos de carne bovina para 2014 do Uruguai atingiu 229.907 toneladas (até a primeria semana de dezembro), um aumento de 5.750 toneladas em comparação com o mesmo período de 2013. Os números são do Instituto Nacional de Carnes (INAC), que monitora e promove a indústria da carne no país. Em um país de apenas 3,4 milhões de pessoas, o rebanho atingiu perto de 12 milhões de cabeças, segundo o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA, na sigla em inglês), o nível mais alto desde 2006. Com cerca de 2,9 milhões de cabeças nascidas somente em 2014, a previsão é do Uruguai exportar em 2015 435 mil toneladas/carcaça, o segundo mais elevado da história. Obedecendo a uma lei aplicada desde dezembro de 2013, todos os bovinos nascidos devem ser marcados por via electrónica, quer antes de serem movidos para outra fazenda ou antes que eles completem seis meses de idade. Assim, sua origem pode ser precisamente identificada em matadouros, que também precisam marcar as carcaças eletronicamente, por força de lei. A idéia é que os cortes, mesmo individuais, da carne sejam rastreados por fazenda e animal. O sistema é financiado pelo governo e considerado o mais completo do mundo, o que dá ao Uruguai uma vantagem competitiva num mercado mundial cada vez mais focado em controles de segurança alimentar. "O Uruguai é competitivo no mercado externo porque nós não vendemos apenas um pedaço de carne. Nós vendemos confiança", afirma o diretor do INAC, Daniel Abraham.Ele informa que 85% da carne do Uruguai agora pode ser rastreada ao longo de toda a cadeia produtiva. "O sistema é único no mundo porque é obrigatório e centralmente gerenciado e administrado, que é a nossa grande vantagem competitiva. E nos dá maior valor agregado. Oferecemos qualidade e garantia.", completa.

O novo sistema se encaixa com outras políticas governamentais destinadas a reforçar a confiança dos mercados externos na carne uruguaia. E incluem procedimentos rigorosos para proteger os rebanhos de doenças como a Febre Aftosa (depois de um surto ocorrido em 2001), e BSE (“Mal da Vaca Louca”), incluindo a proibição de tratamento da carne com hormônios, antibióticos e proteínas animais, sem falar na garantia de um gado alimentado principalmente com capim. O INAC também incentiva o segmento a comercializar agressivamente a carne bovina do Uruguai no exterior, incentivando os produtores a se concentrar em mercados como a China. Isto foi possível quando a Argentina, maior concorrente e vizinho do país, tornou a vida difícil para os seus produtores, impondo controles de preços e tarifas de exportação. A  maioria dos pecuaristas portenhos passaram a se dedicar às culturas de soja e trigo. Os embarques uruguaios de carne com osso para a China atingiram 80 mil toneladas, o que compreende 24% do total das exportações da carne, muito mais do que qualquer outra nação conseguiu embarcar. O segundo maior destino foi os EUA, com 52.221 toneladas. O total das exportações de carne para a China, em 2013, haviam sido de 147.613 toneladas, de acordo com dados preliminares do INAC, contra 31.975 toneladas em 2008. Por causa disto, o INAC está planejando abrir um escritório permanente na China. Daniel Abraham ainda diz que a única exceção entre os importadores é o Japão, que dá preferência à carne de planteis alimentados com grãos.

Desde que a Frente Ampla (FA), coalizão governista de esquerda, chegou ao poder pela primeira vez no Uruguai, em 2005, ela tem favorecido o setor agrícola e outros para que fosse possível redistribuir alguns dos seus lucros para expandir o nível de qualidade da sanidade e do bem-estar do rebanho. A FA venceu seu terceiro mandato consecutivo nas eleições de 30 de Novembro. "Eu tenho de salientar a importância da política do governo e seus impactos sobre o crescimento da moderna pecuária", avalia Ricardo Reilly, presidente da Associação Rural do Uruguai (ARU). "Destaque para o trabalho dos serviços de saneamento do Ministério da Agricultura, o que é fundamental para manter nosso status global. E mais o nosso sistema de rastreamento e os esforços permanentes do INAC para promover a nossa carne internacionalmente. Tudo nos deu a chave para os mercados mais exigentes ", completou. No entanto, Reilly disse que queria ver o trabalho do governo em direção a acordos de livre comércio, o que faria a indústria de carne do Uruguai tornar-se ainda mais competitiva. Os frigoríficos pagam tarifas de importação em 2013 que totalizaram 17% do valor das exportações de carne, de acordo com estimativas da ARU. "Um futuro melhor para o setor de carne significa mais desenvolvimento econômico e social para o Uruguai. "Com os estoques de gado recordes, mais do que nunca precisamos de exportações de carne livre de impostos", concluiu Ricardo Reilly.

Fonte: Global Meat


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