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09/01/2015
Solo bem nutrido gera mais lucro ao produtor


Um dos objetivos do iLP é buscar soluções eficazes para o setor produtivo. A recuperação de pastagens degradadas é uma das recomendações essenciais para que o tralhador rural mantenha uma boa produtividade sem precisar expandir a área plantada.

O pesquisador Antônio Marcos Coelho esclarece que na maioria das regiões produtivas do Brasil predomina o solo com baixa fertilidade natural e com alta acidez. Em consequência, ocorre a necessidade de importação de fertilizantes. Para a safra de 2011/2012 foi necessário importar 70% dos insumos, o que representou um gasto de nove bilhões de dólares. "Esse percentual tem crescido a uma taxa de 4% ao ano no Brasil. Por isso, para reverter essa situação, é necessário construir a fertilidade dos solos, usando tecnologias mais eficientes, que permitam reduzir o uso de fertilizantes", afirma.

O manejo da fertilidade do solo começa com uma boa amostragem para análise química e física de fertilidade. O diagnóstico da análise permitirá fazer um planejamento da adubação, considerando as culturas que vão compor os sistemas de produção, a exemplo do milho consorciado com a brachiaria. "Temos que observar também as exigências nutricionais das culturas e compor o solo com os nutrientes necessários para a cultura mais exigente. Isso nos dá como retorno maior sustentabilidade do sistema e ganhos econômicos", coloca Antônio Marcos.

O calcário e o gesso agrícola são dois insumos utilizados para corrigir o solo. Assim como para fazer a calagem, o resultado da análise de solo permitirá mensurar, também, a necessidade ou não de aplicação de gesso. A quantidade de gesso é determinada após a verificação do grau de acidez na camada subsuperficial do solo, abaixo dos 20 cm de profundidade. "Se essa camada apresentar grau de acidez que prejudique a planta, bem como baixo teor de cálcio, é justificado o uso do gesso agrícola. O gesso proporcionará uma melhoria da fertilidade do solo e maior desenvolvimento do sistema radicular da planta. Consequentemente, haverá maior tolerância da cultura aos períodos de déficit hídrico", orienta Antônio Marcos.

O representante da Agronelli – Insumos Agrícolas, João Donizette do Amaral Júnior, ressalta que o gesso agrícola é um fertilizante condicionador de solos, porque é uma fonte eficiente de cálcio e enxofre, promove maior desenvolvimento radicular em profundidade e permite a redução da saturação por alumínio. "O gesso agrícola aumenta a eficiência agronômica no aproveitamento dos fertilizantes e promove maior resistência da planta à seca e maior acesso ao volume de água e nutrientes disponíveis no solo", diz.

Ao fazer o planejamento da adubação para o cultivo de gramíneas o produtor deve observar, na análise laboratorial, todos os micronutrientes necessários para o solo e dar especial atenção aos elementos zinco e boro, que são limitantes para a produtividade do solo. Antônio Marcos alerta para a necessidade de se fazer a adubação nitrogenada de cobertura, principalmente para o cultivo de gramíneas como o milho e a brachiaria para pastagem. Para isso, o produtor precisa observar o resultado da análise química do solo e determinar qual potencial produtivo deseja alcançar na safra. "As exigências nutricionais das culturas em relação aos componentes nitrogênio, fósforo e potássio (NPK) também devem ser avaliadas" afirma.

Cama de frango é uma alternativa de adubo orgânico

A cama de frango é um adubo orgânico que pode ser utilizado para a preparação do solo nos sistemas de iLP. É uma compostagem eficiente para eliminar agentes patogênicos, evitar a infestação de moscas e a proliferação de pragas de solo como cupins e larvas de besouros.

O gerente da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG), Walfrido Machado Albernaz, informa que a região de Sete Lagoas (MG) tem a maior produção desse fertilizante natural no Estado. "A adubação com a cama-de-frango permanece por mais de um ano. Porém, antes de aplicar esse recurso, o produtor deve fazer a análise de solo e do composto para a adubação, de acordo com a exigência nutricional da cultura a ser semeada, para, se necessário complementar com adubo químico", diz.

De acordo com a Emater, a análise do fertilizante orgânico, que neste caso é a cama de frango, é necessária para determinar a quantidade de nitrogênio, fósforo e potássio que o fertilizante possui. Além de nitrogênio, potássio e fósforo, enxofre, zinco, cálcio, magnésio, ferro, cobre e outros micronutrientes, a cama de frango também possui matéria orgânica. A matéria orgânica melhora a capacidade de armazenamento de água, facilita o crescimento das raízes das plantas e retém água e nutrientes no solo.

"Para ser mais viável como fertilizante, a cama de frango deverá ser compostada usando-se aditivos biológicos e químicos, como fosfato, gesso, etc. Além disso, a mistura da cama de frango com o esterco bovino pode favorecer a compostagem, pois melhora a relação carbono-nitrogênio", afirma Albernaz.

Walfrido considera que são necessários mais investimentos em pesquisa para o desenvolvimento de melhorias contínuas no processo de compostagem, na distribuição e na transferência da tecnologia para os produtores. Ele destaca também a necessidade de haver maior fiscalização do uso irregular da cama de frango para incentivar sua melhor utilização como fertilizante.

Pastejo de animais favorece a recuperação do solo

A pastagem realizada em área degradada faz o rebanho bovino produzir mais gás metano e ocasiona o aumento da emissão de gases de efeito estufa, além de prejudicar o desenvolvimento dos animais. "No sistema integração Lavoura-Pecuária recomenda-se ao produtor fazer a rotação das culturas e dos pastos, para beneficiar os dois sistemas. O manejo adequado propicia ganho de peso para os animais nos períodos de seca e equilíbrio na época de chuva", orienta o médico veterinário da UFMG, Fabiano Alvim.

Outro benefício de pastagens intensificadas é evitar a desertificação do solo. "Muitas áreas desertas decorrem da ausência de herbívoros. O pastejo com animais pode reverter a situação. Além disso, para o pecuarista, uma área bem tratada, proporciona maior produção de leite ou de carne, com menos animais", afirma Leovegildo Lopes de Matos, pesquisador da Embrapa Gado de Leite (Juiz de Fora). "O solo é o principal recurso do produtor, de onde ele deve tirar o recurso (forragem e grãos) para alimentar melhor o rebanho. O gado bem alimentado tem mais saúde e gera mais lucro", afirma Matos.

Fonte: Canal do Produtor


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