O retorno financeiro do investimento feito em touros provados, animais que participaram de uma prova de avaliação genética para características produtivas de relevância econômica, chega a ser 124% superior se comparado aos animais comerciais em um período de 20 anos. A constatação foi feita por um estudo realizado pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) a pedido da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat).

O touro melhorador ou provado recebe o Certificado Especial de Identificação e Produção (CEIP) emitido pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), o que garante a sua procedência.

Os resultados do estudo mostram ainda que, para cada Real investido em touros provados durante um período de 20 anos, o retorno seria de R$ 6,03 ao pecuarista, ao passo que, se fossem utilizados touros comerciais, o retorno do Real investido seria de R$ 2,88. Em 10 anos, a diferença do retorno real investido nesses touros seria 54% superior aos demais.

O estudo ainda aponta que o investimento em touros provados traz ganhos indiretos para a propriedade, entre eles o melhoramento genético do rebanho de fêmeas que contribuirá diretamente para elevação dos índices reprodutivos da propriedade. Um rebanho de fêmeas melhoradas tende a produzir bezerros mais pesados no desmame e mais padronizados, proporcionando um preço de venda maior.

O pecuarista Marcos Jacinto ressalta que os ganhos genéticos, como a redução da idade ao primeiro parto, aumento na qualidade da carcaça e do ganho de peso ao desmame e ao sobreano, além da maior velocidade para se chegar ao abate com menor idade e custo garantem uma maior produção de arrobas por hectare. “Estas características contribuem imensamente para a alta de produção e produtividade da propriedade, e com isso a renda dos pecuaristas aumenta permitindo-os se manter nas atividades, competindo com outras culturas.”

Mas o preço do touro provado ainda inibe os produtores. Como foi constatado pelo Imea, a média de preço de venda em Mato Grosso é de R$ 6 mil por animal. De acordo com o gerente de projetos da Acrimat, Fábio da Silva, os produtores podem solicitar o crédito pelo Programa de Incentivo à Inovação Tecnológica na Produção Agropecuária (Inovagro), em que os limites de crédito são de R$ 1 milhão por beneficiário e de R$ 3 milhões para empreendimento coletivo.

"Identificamos a necessidade do produtor em ter recursos para investir no rebanho e o Ministério informou que essa linha pode financiar a aquisição de touros provados com taxa de juro de 4%, com prazo de pagamento de 10 anos e carência de 3 anos". Os limites de crédito são de R$ 1 milhão por beneficiário e de R$ 3 milhões para empreendimento coletivo.

Fonte: BeefWorld