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22/01/2015
Camardelli fala das expectativas para as exportações de carne bovina


Em uma conversa com a Scot Consultoria, em tom otimista, Antônio Jorge Camardelli, presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne - ABIEC, fez um balanço sobre o ano de 2014 e falou das expectativas para as exportações de carne bovina em 2015. O médico veterinário também tratou de assuntos pertinentes do setor, como a crise russa, a abertura de novos mercados e o marketing.

Confira a entrevista:

Scot Consultoria - Pode nos fazer um balanço das exportações de carne bovina brasileira em 2014? As metas foram cumpridas?

Antonio Jorge Camardelli - As exportações brasileiras de carne bovina atingiram a marca de US$7,2 bilhões em 2014 - um crescimento de 7,7% em comparação com os US$6,6 bilhões do ano anterior - e volume de 1,56 milhão de toneladas, 3,3% superior a 2013.

Os bons resultados foram especialmente impactados por fatores positivos como a manutenção do status sanitário, a perenidade da oferta do produto para atender diferentes mercados, forte e contínua atuação conjunta do setor privado e do governo para reverter embargos, além da parceria com importantes mercados como Hong Kong, Rússia, Venezuela e Egito que continuam liderando as importações de carne bovina brasileira.

Os resultados só não foram maiores por conta de problemas econômicos e políticos em alguns mercados compradores da carne bovina brasileira e também em função de mais um caso atípico da encefalopatia espongiforme bovina (a doença da vaca louca) em território nacional em 2014. Mesmo assim, o Brasil conseguiu atingir o recorde no faturamento das exportações.

Scot Consultoria - E para 2015, quais as expectativas?

Antonio Jorge Camardelli - O cenário é positivo para 2015, com perspectivas ainda mais otimistas para superar novos recordes de exportações, tanto em faturamento - previsão de atingir US$8,0 bilhões, quanto em volume - expectativa de 1,7 milhão de toneladas exportadas. As principais razões para esta expectativa incluem a retomada das compras pela China, fim do embargo da Arábia Saudita e Japão, negociações com o mercado norte-americano para abertura do mercado de carne in natura para o Brasil, o que levaria também a possibilidades de negociações com países do NAFTA (Tratado Norte-Americano de Livre Comércio), bem como Caribe e América Central.

Outros novos mercados como Indonésia e Taiwan também estão no foco.

Scot Consultoria - Tratando-se das exportações de carnes do Brasil para a Rússia, quais as expectativas para este ano? A crise russa influencia de que maneira nesse sentido? Podemos esperar um aumento ou um retrocesso?

Antonio Jorge Camardelli - Há um impacto negativo nos embarques já de novembro e dezembro, mas esperamos que a Rússia se recupere economicamente ao longo do ano. Vamos acompanhar o desempenho do mercado no primeiro trimestre para podermos ter uma perspectiva mais concreta. O fato é que mercados que atravessam dificuldades econômicas, muitas vezes há uma troca do mix de produtos embarcados por um outro mais barato. Pode não haver necessariamente uma queda do volume, mas sim um ajuste dos preços e cortes sendo vendidos.

Scot Consultoria - Sobre a abertura de novos mercados, a ABIEC tem tomado quais medidas?

Antonio Jorge Camardelli - A ABIEC realizou um estudo aprofundado sobre o potencial de compra de carne bovina de alguns mercados previamente selecionados, bem como o caminho a ser percorrido até a abertura para a carne brasileira. Teremos este ano o foco voltado para a Ásia, onde a China é obviamente a prioridade absoluta. Mas estamos em vias de abertura de mercados como Tailândia, Mianmar, Taiwan e Indonésia, por exemplo. Em outros, como Malásia e Cingapura, estamos trabalhando na ampliação de plantas habilitadas. É na Ásia que está o maior potencial futuro de aumento de consumo de carne bovina.

Além disso, temos também muita atenção com o processo de abertura do mercado norte-americano, que poderá nos abrir as portas nos outros mercados do NAFTA, além de mercados na América Central e Caribe. Em todos esses, mapeamos em que etapa está a abertura e o que ainda falta a ser feito. As ações envolvem revisão de documentos e processos, visitas técnicas e políticas para estruturação de acordos e promoção comercial.

Scot Consultoria - Em relação ao marketing da carne bovina brasileira, o que falta para o Brasil ser visto como produtor de carne de alta qualidade, como acontece com a carne uruguaia, por exemplo?

Antonio Jorge Camardelli - Com o apoio da Apex Brasil, a ABIEC contratou um estudo de branding, com a intenção de esclarecer como a carne bovina brasileira é vista fora do país. O resultado foi que a carne brasileira não é vista, de uma maneira geral, como uma carne de grande qualidade, perdendo para concorrentes como Uruguai e Argentina. O estudo também revelou que o Brasil tem uma participação muito grande em carne culinária e ingrediente e que tem potencial e espaço para crescer no patamar da carne gourmet.

Uma das ações da ABIEC em conjunto com Apex Brasil e com a Associação Brasileira de Angus, previstas para os próximos anos, será voltada especificamente para a promoção da carne gourmet brasileira em mercados como Europa, países árabes e China, aproveitando a oportunidade nesse nicho premium, com grande potencial de crescimento.

Fonte: Scot Consultoria


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