Exportação de carne despenca em janeiro por crise na Rússia
País faturou US$ 426 milhões com exportações, queda de 23% sobre 2014. Hong Kong seguiu como o principal destino do produto nacional em janeiro. As exportações de carne bovina do Brasil, o maior exportador mundial do produto, registraram queda acentuada em janeiro na comparação com o mesmo período do ano passado, por problemas econômicos na Rússia, um dos principais clientes, apontou a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec) em nota, na última segunda-feira (9). O país faturou US$ 426 milhões com as exportações de carne bovina em janeiro, recuo de 23% ante janeiro de 2014, registrando embarques de mais de 96 mil toneladas, baixa de 26% na mesma comparação. "A desaceleração já era esperada pela conjuntura macroeconômica que a Rússia atravessa e também porque as novas cotas para o ano ainda não foram distribuídas para os importadores do país", disse o presidente da associação dos exportadores, Antônio Jorge Camardelli, em nota. A Rússia vem enfrentando problemas econômicos, com forte desvalorização da sua moeda, após uma queda acentuada do preço do petróleo, seu principal produto de exportação, e também sob impacto de sanções ocidentais pela crise na Ucrânia. Hong Kong seguiu como o principal destino do produto nacional em janeiro, com a importação de 29 mil toneladas e faturamento de US$ 130 milhões. O Egito, com crescimento de quase 30% em faturamento (US$ 71 milhões) e 23% em volume (20 mil toneladas), ocupou a segunda posição em janeiro entre os destinos do produto nacional. Os Estados Unidos, que importam apenas carne industrializada do Brasil, ocuparam a quinta posição em janeiro, garantindo receita de US$ 26,4 milhões (+127%) aos exportadores. A abertura do mercado para carne in natura dos EUA ao Brasil, aguardada para o primeiro semestre, é uma das grandes apostas do setor para ampliar exportações em 2015. "Temos indicativos de que as negociações com o mercado americano para carne in natura deverão avançar de maneira positiva e em breve. A abertura para os EUA é de fundamental importância porque possibilita também atingir outros países da NAFTA, bem como Caribe e América Central”, disse Camardelli. Outras apostas do setor para ampliar mercados em 2015 é a retomada definitiva da China, que também tem previsão para o primeiro semestre, bem como as perspectivas positivas para o anúncio do fim do embargo da Arábia Saudita e Japão, afirmou a associação. "O cenário continua em alta para este ano", acrescentou o presidente da Abiec. A associação tem expectativa de crescimento da receita em 2015 para um recorde de US$ 8 bilhões, exportando 1,7 milhão de toneladas. Fonte: BeefWorld
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