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15/04/2015
Estradas mal conservadas favorecem aumento de hematomas em bovinos


Estradas mal conservadas e mão de obra sem qualificação são os dois principais fatores que podem aumentar os hematomas no gado de corte, segundo João Alberto Conte, médico veterinário e pecuarista que tem propriedades em Juara e Colniza, na região Noroeste de Mato Grosso.

O abate do gado da fazenda de Juara é feito em frigorífico no próprio município e os animais são transportados por motoristas já conhecidos de Conte. "Sempre visito o frigorífico de Juína sem avisar e verifico o abate. Conferindo as lesões em locais como ponta de paleta, quadril e costelas já sei como o gado foi conduzido até o abate", afirma.

Mas a propriedade de Colniza fica a 360 km de Juara e, na maioria das vezes, o transporte até os frigoríficos é feito por motoristas diversos. Preocupado com o bem estar de seus animais, Conte faz questão de observar as condições dos caminhões que leva a boiada para a indústria. "Além das estradas, que são problemáticas, existe uma rotatividade dos motoristas e falta um grau de comprometimento e conhecimento", comenta.

A diferença no transporte de um município a outro é notado por ele na hora da limpeza da carcaça dos animais. "No gado de Juara vejo que quase não há necessidade de limpeza de hematomas, pois a propriedade fica a 12 quilômetros da cidade, mas no de Colniza que é abatido no frigorífico de Juína a limpeza é grande", analisa.

Nilson De Brida é dono de uma fazenda em Brianorte, distrito de Nova Maringá (MT), que fica a 110 km de Juara. O pecuarista envia o gado para ser abatido em um frigorífico em Diamantino e o transporte é feito pela MT-160 por cerca de 110 km de estrada de chão e mais 170 km de asfalto. Segundo ele, a estrada está abandonada pelo poder público e a alternativa de mantê-la transitável vem dos produtores com terras próximas a ela. "Todo ano patrolamos 30 quilômetros dessa estrada, que liga Juara a Nova Maringá", informa.

Um caminhão leva em média 6 horas para percorrer o caminho da fazenda a Diamantino, conforme De Brida. "Infelizmente Mato Grosso é desse jeito. Todo lugar que você vai o problema é estrada e não só na pecuária. Tudo depende de estrada para escoar a produção, se não, não compensa. Quem investiu em agricultura aqui na região está sofrendo para tirar a produção", afirma.

Com propriedade a 7 quilômetros de Tabaporã (MT), José Lourenço Detomini também vende o gado para um frigorífico em Diamantino, na região Oeste do Estado. O caminhão que carrega os animais para abate percorre 135 quilômetros de estrada de chão partindo da fazenda até chegar ao asfalto. "Problemas sempre vamos ter por seguir nesse transporte, mas o produtor só sabe se acompanhar o abate", diz.

Em sua opinião, o manejo dentro da propriedade ajuda a evitar que o gado se machuque, mas a logística deixa a desejar e as estradas de chão contribuem para o surgimento de hematomas nos animais.

Os cuidados do produtor até o momento de embarque para enviar o gado para o abate é o tema da palestra de Mateus Paranhos, professor da Unesp de Jaboticabal, durante a rota 2 do Acrimat em Ação. Esta rota está percorrendo municípios da região Noroeste e Vale do Arinos de Mato Grosso entre os dias 9 e 20 de abril. Entre os cuidados estão a observação das condições do embarcadouro no curral, que deve ter inclinação entre 25° e 35°, além de observar a gaiola do caminhão e a disposição dos motoristas que transportam o gado até o frigorífico.

Fonte: Beefworld


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