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20/04/2015
Cenário e previsões para mercado pecuário do Brasil (USDA)


A previsão para a economia brasileira em 2015 é de se encaminhar para uma recessão. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) revisou suas previsões de produção e consumo para carne bovina devido às seguintes restrições: cortes e aumentos de impostos não populares do governo, aumento da inflação, aumento do desemprego, escassez de energia, maiores custos da energia e possibilidade de racionamento da energia.

Do lado positivo, o USDA espera maiores exportações de carne bovina e suína devido à desvalorização da moeda brasileira. Desde o último relatório anual do USDA lançado em agosto de 2014, a moeda brasileira desvalorizou em 31,3%, o que tornou o produto brasileiro mais competitivo no mercado mundial.

Bovinos

Esse novo relatório do USDA previu uma continuada previsão de ofertas limitadas de bovinos para abate em 2015. A razão para isso é o volume insuficiente de chuvas por quase dois anos que afetou as regiões mais importantes na produção pecuária brasileira.

Como a maioria dos bovinos no Brasil são criados a pasto, a seca nos dois últimos anos teve um importante impacto. De acordo com alguns analistas, o clima seco afetou a taxa de gestação e o desenvolvimento de bezerros. Esses fatores, combinados com uma previsão de maiores exportações de carne bovina, deverão contribuir para manter os preços dos bovinos a níveis altos em 2015, apesar da previsão econômica negativa para o Brasil.

Apesar de a desvalorização da moeda brasileira poder dar suporte à recuperação nas exportações de bovinos, que caíram em 6% no ano anterior, o USDA previu uma queda nas exportações de bovinos em 2015 devido às ofertas escassas de bovinos para abate e riscos de inadimplência, principalmente nas exportações de bovinos à Venezuela.

Carne bovina e de vitelo

O USDA revisou a previsão de que a produção de carne bovina deverá aumentar apenas em meio por cento em 2015, para 9,8 milhões de toneladas. O aumento marginal na produção é somente apoiado por maiores exportações uma vez que a demanda doméstica deverá permanecer estagnada.

As ofertas limitadas de bovinos para abate e os maiores preços dos bovinos também reduzirão as margens de lucros dos frigoríficos em 2015, o que provavelmente levará ao fechamento de algumas plantas ineficientes em certas regiões do país Dois importantes fatores limitantes podem impactar adversamente a produção de carne bovina do Brasil em 2015: a escassez de energia e os maiores custos da energia, incluindo a possibilidade de racionamento.

O USDA projetou que o consumo doméstico de carne bovina deverá permanecer estagnado em 2015, em 7,9 milhões de toneladas, tendo em conta os maiores preços esperados ao consumidor da carne bovina. Além disso, um ambiente econômico mais difícil, incluindo cortes e aumentos de impostos impopulares feitos pelo governo, aumento da inflação, aumento do desemprego, maiores custos da energia e aumento do endividamento dos consumidores brasileiros estão afetando a confiança dos consumidores.

A confiança dos consumidores no Brasil caiu em janeiro para seu menor nível desde que os dados começaram a ser coletados em setembro de 2005. O maior custo da carne bovina no varejo também leva os consumidores brasileiros a trocar para outras carnes, como frango e carne suína.

As exportações de carne bovina deverão crescer a uma taxa de 5%, para 2 milhões de toneladas em 2015, principalmente direcionadas pela desvalorização da moeda brasileira. A moeda brasileira foi desvalorizada em 31,3% desde agosto de 2014. Os exportadores brasileiros também esperam outro recorde no valor das exportações de carne bovina em 2015, de US$ 8 bilhões, 11% a mais que em 2014.

O aumento nas exportações de carne bovina é apoiado principalmente pela maior demanda da Ásia, especialmente de Hong Kong e China. O governo brasileiro anunciou a suspensão do embargo à carne bovina brasileira pela China há alguns meses, mas os envios ainda não foram retomados devido à falta de um protocolo sanitário. Entretanto, as negociações estão bem avançadas e uma visita de alto nível de uma equipe brasileira encabeçada pelo Ministério da Agricultura deverá chegar à China no final de março ou começo de abril para concluir o acordo. Foi reportado que a China autorizará um aumento no número de frigoríficos brasileiros de carne bovina autorizados para exportar.

A Rússia provavelmente continuará sendo o maior mercado da carne bovina brasileira em 2015, sendo responsável por quase um terço de todas as exportações de carne bovina em 2014. De acordo com fontes comerciais locais, a Rússia aprovou mais de 100 estabelecimentos brasileiros para exportar carne bovina e produtos derivados ao país, incluindo miúdos. Entretanto, os exportadores brasileiros estão mais cautelosos com relação ao mercado russo em 2015 devido à crise econômica no país.

Recentemente, a África do Sul e o Iraque retomaram as importações de carne bovina do Brasil. Malásia e Cingapura também estão trabalhando com o governo brasileiro para aumentar o número de plantas que podem exportar. A Arábia Saudita e o Japão, que embargaram a carne bovina brasileira devido à encefalopatia espongiforme bovina (EEB) no Paraná no final de 2012, também são prioridades para esse ano. Outras negociações para abertura de acesso a mercado para a carne bovina brasileira estão concentradas em Tailândia, Myanmar, Taiwan e Indonésia.

Fonte: Beefpoint, adaptado pela equipe CIA/UFPR.


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