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12/06/2015
Boi safrinha pode integrar sistema ILP e aumentar renda de produtores


O Sistema Integração Lavoura-Pecuária (ILP) tem por objetivo diversificar a produção e aumentar a renda dos produtores, com a redução de riscos. De acordo com o pesquisador da Embrapa Agropecuária Oeste, Luis Armando Zago Machado, o boi safrinha pode integrar um sistema ILP, mais simplificado, visando obter renda com a safrinha de pasto. “É uma alternativa para a rotação com milho safrinha, que tem apresentado rentabilidade baixíssima ou até prejuízo. A rotação com pastagem permite que o produtor produza carne, que tem maior valor agregado que o milho, permitindo que seja vendido em mercados mais distantes, até mesmo para o exterior”, afirmou Machado. O pesquisador aponta ainda que Mato Grosso está localizado longe dos portos, o que eleva o custo do transporte, inviabilizando culturas com baixo valor agregado como o milho. “Como a carne apresenta maior valor, o custo de transporte causa menos impacto no produto entregue. Além disso, o mercado do boi é mais estável, apresenta menos alterações de preço e é menos afetado pelas variações do tempo, uma vez que as pastagens são mais tolerantes as instabilidades climáticas”, complementou o profissional.

Em Mato Grosso, os sistemas mais utilizados ainda são os especializados, como a produção de grãos (soja, milho, algodão) ou carne, porque são mais fáceis e os produtores cresceram com estes sistemas. “A integração que estamos propondo é mais recente e requer mais conhecimentos e investimentos. Seu crescimento tem sido expressivo, já que por meio deste sistema podemos resolver parte dos problemas relacionados à produção e diminuir a possibilidade de insucessos”, observou Machado. Segundo o pesquisador os sistemas ILP são diversos e podem fazer uso de várias espécies de capim. “Para as condições de sequeiro, a Embrapa lançou duas novas cultivares que são adequadas à rotação lavoura-pastagem. Uma é a cultivar Paiaguás, de Brachiaria Brizantha, que se estabelece com rapidez, produz bem na estação seca e pode ser dessecada quase da mesma forma que a Ruziziensis. Outra é a cultivar Tamani, de Panicum Maximum, que também se estabelece com facilidade, produz muito durante a estação seca e é de fácil manejo, por ser de porte baixo. Ambas produzem forragem de boa qualidade”, informou o pesquisador da Embrapa. O sistema também influencia na qualidade da carne bovina e a média de ganho de peso do animal por dia é de 450 a 600 gramas. “Influencia muito, porque permite reduzir a idade de abate dos bovinos e com alimentação a base de pasto. Com isto, a carne produzida é mais macia e com sabor agradável. Em alguns períodos o ganho de peso pode chegar a um quilo por dia por animal”, explica Machado.

Estrutura – Para ingressar nos sistemas ILP, a propriedade precisará de investimentos em cercas, mangueira, sistema de distribuição de água, bebedouros, saleiros e aquisição de animais, no caso do agricultor que deseja iniciar com atividade pecuária. “Para o pecuarista ingressar na agricultura, são necessários investimentos em máquinas e equipamentos, na sistematização do solo [destoca, eliminação de trilheiros, preparo e construção de terraços] e na compra de corretivos e fertilizantes. Para ambos, é necessário a busca de conhecimentos específicos e, se for o caso, contratação de consultores. Para o produtor que deseja fazer apenas safrinha de boi, são necessários os mesmos investimentos citados para os agricultores, porém as estruturas podem ser menos sofisticadas. Algumas propriedades já dispõem de parte desse material. Há também a possibilidade de parcerias com outros pecuaristas, visando apenas o acabamento de animais”, pontuou o pesquisador.

Pontos positivos e negativos - A implantação de um sistema ILP permite ao produtor mais estabilidade de renda e regularidade no fluxo de caixa. A terminação de animais, apenas como safrinha de boi, possibilita que os produtores tenham parte das vantagens dos sistemas, porque permite a rotação com o milho safrinha, mas não para a soja. “Se o produtor adquirir os animais apenas para a terminação na safrinha irá ficar vulnerável as flutuações do mercado. No caso da parceria, as flutuações ficam para os pecuaristas que já tem os animais e convivem com estas variações de preço. Assim os pecuaristas se especializam na recria, que é a fase mais fácil, e os agricultores na engorda, que é uma fase mais delicada. A necessidade de investimentos é um dos pontos negativos apontados por alguns produtores, para outros é a necessidade de sair da zona de conforto”, esclareceu Machado.

Solo - Quando o objetivo é apenas a safrinha de boi, o manejo do solo deve ser o mesmo praticado para agricultura. “A implantação da pastagem ocorre em sucessão à lavoura, quando é feita apenas a dessecação da área, se necessário, e semeadura da forrageira”, completou o pesquisador. A elevação da fertilidade do solo com a aplicação de corretivos e fertilizantes para culturas anuais deixa resíduos que são suficientes para o desenvolvimento de pastagens, uma vez que estas são menos exigentes que as primeiras. “Com isto, a pecuária pode ser desenvolvida por alguns anos após a soja, sem a aplicação de corretivos e fertilizantes, com exceção do nitrogênio, o qual os bovinos aceleram sua perda”, ressaltou Machado. O pesquisador falou sobre o sistema Integração Lavoura-Pecuária nesta quinta-feira (11), durante o 9º Simpósio do Agronégocio, realizado em Sinop (MT) e que integra a programação da 31ª Exponop.

Fonte: BeefWorld


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