Indústria não deve fechar mais unidades
A Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo) considera que o ajuste produtivo feito pelo setor nos últimos meses equilibrou oferta e demanda por carne bovina no País, de modo que a indústria não deve fechar mais unidades industriais este ano.
Em entrevista ao Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, o presidente da instituição, Péricles Salazar, defende que os preços atuais da arroba estão em patamares "bastante razoáveis" para o produtor. Com a lentidão do consumo interno e das exportações, a indústria tem fechado fábricas. Esse movimento pode continuar? Acredito que novos fechamentos não vão ocorrer. O mercado já se equilibrou e a indústria consegue respirar (em termos de margens), o que não acontecia antes. Nos últimos meses, houve uma crise aguda de excesso de oferta de carne no mercado, causada por abates elevados e queda na exportação. Com isso, muitas plantas foram fechadas e a indústria reduziu sua produção. Cada empresa, pensando em si mesma, contribuiu para isso e o mercado se ajustou automaticamente. Os preços do gado podem subir na entressafra deste ano? É difícil fazer previsões, pois são múltiplas as variáveis que influenciam a oferta e a demanda agregada no mercado, mas acredito que os preços da arroba se manterão de razoáveis a bons para o produtor. Prevejo um certo grau de estabilidade, dentro dos níveis atuais, até porque uma valorização excessiva do boi pode comprometer o consumo interno e as exportações. A arroba está favorável ao produtor, então? Defendemos uma lucratividade boa para o pecuarista. Ele precisa ser rentável para que mantenha suas matrizes no campo, produza bezerros e aumente o rebanho bovino brasileiro. Caso contrário, desiste da atividade e a indústria não terá matéria-prima para trabalhar. Mas, neste momento, os preços pagos aos pecuaristas são bastante razoáveis para mantê-los na atividade e aumentar a produção. Fonte:Revista DBO
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