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26/08/2015
Suplementação para vacas de cria


Vale a pena suplementar vacas? Em época de bezerro valorizado, essa pergunta começa circular com mais frequência entre os produtores, mas respondê-la não é fácil. O correto, segundo técnicos consultados por DBO, é afirmar que “depende”. Do ponto de vista biológico, a questão é relativamente simples: em fêmeas com baixa condição corporal e alojadas em pastagens ruins a suplementação eleva o índice de prenhez, desde que se garantam aos animais condições adequadas de consumo (como cochos em número suficiente) e se eliminem falhas no abastecimento. Do ponto de vista econômico, há muita interferência de variáveis mercadológicas, técnicas e até climáticas, já que a quantidade e qualidade de forragem disponível nos pastos influencia no resultado do programa nutricional adotado.

Apesar disso, a suplementação, se bem planejada, pode ser viável em várias situações, dizem os técnicos. Como a atividade de cria foi deslocada para áreas marginais, com terras de menor qualidade e pastagens mal manejadas, boa parte das vacas chega ao pasto com escore de condição corporal (ECC) baixo, entre 3 e 4, dentro de uma escala que vai de 1 a 9. Em função disso, a taxa de prenhez também é insatisfatória, ficando entre 50% e 60%. Melhorar o manejo dos pastos e fornecer às matrizes uma suplementação protéica simples no período da seca pode elevar o ECC ao parto para desejáveis 5 a 6 e garantir taxas de prenhez de no mínimo 80%.

O intervalo entre partos (IEP) também é beneficiado pela melhoria da condição corporal, como mostrou o pesquisador João Maurício Vendramini, da Universidade da Flórida, EUA, em palestra ministrada em Campo Grande, MS, durante o evento Confinar, em maio deste ano. Ele apresentou dados indicando que o IEP pode ficar em torno de 355 dias nas matrizes com escore corporal 7, em contraste com 424 dias, em vacas com escore 2.

Quando suplementar

Para o veterinário Ériklis Nogueira, da Embrapa Pantanal, em Corumbá, MS, que desenvolve pesquisas nesta área, a suplementação de vacas de cria é vantajosa em certas condições, como na época da seca, durante veranicos severos, ou mesmo quando o produtor erra no manejo da pastagem (superpastejo).

Também é recomendável se houver atraso nas chuvas e faltar forragem no início da estação de monta ou se as fêmeas destinadas à inseminação artificial em tempo fixo (IATF) apresentarem escore corporal abaixo de 5. Mesmo nessas condições, porém, Nogueira sugere suplementar as matrizes em proporções modestas (0,1% a 0,4% do peso vivo). Para tornar a técnica viável, é fundamental vedar as pastagens e ajustar a mineralização. “A suplementação também é indicada para acelerar o desenvolvimento de novilhas, fazendo com que as Nelores, por exemplo, cheguem à estação de monta com peso próximo de 280 a 300 quilos.

No caso das primíparas, o uso da técnica é quase obrigatório, porque essas fêmeas sentem muito o estresse do parto”, justifica. Segundo Rodrigo Costa Gomes, pesquisador da Embrapa Gado de Corte, em Campo Grande, MS, o nível de resposta das fêmeas à suplementação é maior quanto pior for a sua condição corporal. Já os gastos dependem da quantidade fornecida por cabeça e do tipo de produto usado, podendo variar de R$ 0,40 a R$ 0,50 a R$1,7 a R$ 2 por cabeça/dia. “O produtor deve fazer contas junto com um técnico, considerando a realidade de sua fazenda e as metas estipuladas, para verificar a viabilidade econômica da suplementação.

Se o resultado da análise for positivo, deve tratar os animais, pois, quanto mais produtiva for a propriedade, melhor”, enfatiza Gomes. Ele acrescenta que o nível de viabilidade depende também da forma como a técnica é aplicada. “Em locais de difícil acesso não se pode usar produtos de alto e sim de baixo consumo, com abastecimento do cocho a cada duas semanas. Pode-se a inda optar por blocos compactos com nutrientes”, sugere.

A reportagem completa está na edição de agosto da Revista DBO. Assinantes também podem acessá-la na  edição digital.

Fonte: Revista DBO


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