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22/09/2015
Redução de rebanho na Austrália abre oportunidades para o Brasil


O Ministério da Agricultura da Austrália divulgou nesta semana um relatório trimestral de commodities que projeta queda de 8% na produção de carne bovina, para 2,4 milhões de toneladas nos 12 meses iniciados em julho de 2015, no comparativo com o período anterior. A estimativa é reflexo da redução de 9% prevista para os abates, que devem totalizar 9,2 milhões de cabeças, após atingirem a máxima em 36 anos em 2014/2015: 10,1 milhões de animais. A queda na produção só não será menor porque o peso das carcaças deve crescer ligeiramente. A expectativa do Departamento de Economia Agrícola e Recursos (Abares), vinculado à pasta, é de que os abates continuem 7% acima da média da década encerrada em 2013/14, reduzindo o rebanho a 26,5 milhões de cabeças (-2%), mas se desacelerem já no segundo semestre deste ano.
 
Isso porque a retenção de fêmeas para expansão do rebanho deve ganhar força. Esta fase do ciclo pecuário já deveria ter começado se a seca não tivesse obrigado produtores a abater mais animais nos últimos anos. Com a melhora das condições climáticas pecuaristas dos Estados de New South Wales e Victoria já vendem menos matrizes a frigoríficos, o que tem elevado os preços do gado. De fato, o Abares prevê que o preço médio do boi no país pode subir 37% na temporada 2015/16, para o maior nível desde o início da década de 1980, em termos reais. No cálculo, o ministério considera, além da restrição da oferta, uma demanda internacional "relativamente alta" pela carne bovina produzida na Austrália.
 
No entanto, o país não terá as mesmas condições de suprir as necessidades de seus parceiros comerciais. A Austrália deve exportar 9% menos em 2015/2016, totalizando 1,2 milhão de toneladas. Os embarques para os Estados Unidos devem cair 11%, a 420 mil toneladas. Já as vendas à China devem recuar 4%, a 120 mil toneladas, em razão dos preços maiores pela carne bovina e da competição com a América do Sul, sendo o Brasil nominalmente citado pelo Abares.
 
Oportunidades
A Minerva nota que o Brasil segue a direção oposta à da Austrália e a de importantes produtores, como Estados Unidos, Canadá, México, Rússia e China - que têm registrado redução de rebanho. Desde o ano passado, o País está em fase de retenção de fêmeas e espera-se que o estoque total de bois volte a subir já em 2015. Com a menor oferta da concorrência, o Brasil ganha a chance de convencer mais importadores de que é fornecedor confiável de proteína bovina de qualidade. A ministra da Agricultura, Kátia Abreu, tem aproveitado essa janela de oportunidade para destravar relações comerciais com a China, para onde os embarques se iniciaram em junho, e os Estados Unidos, que recentemente abriram seu mercado doméstico à carne in natura brasileira. A ministra também está em negociações com 14 países, cujo potencial de exportação é estimado em US$ 1,195 bilhão ao ano.
 
Mas a Minerva não está de olho apenas no Brasil. O frigorífico mantém operações no Paraguai, no Uruguai e na Colômbia e afirma que o aumento do rebanho é uma característica da região como um todo. "Estamos em tendência contrária à dos países de fora da América do Sul em termos de ciclo de produção", observa Alencar. O público-alvo dos produtos, no entanto, pode variar. "Paraguai e Colômbia têm foco em mercados emergentes, enquanto o Brasil mira em embarcar mais a nações desenvolvidas. O Uruguai também tem espaço para ocupar faixas de maior valor agregado", comenta. O gerente executivo reconhece que o Brasil é o mais bem posicionado para capturar tais oportunidades. "Há um potencial muito grande para o Brasil", diz.
 
Estados Unidos
O Abares considera o rebanho norte-americano um ponto fora da curva traçada pela Minerva. Para o órgão, a produção de carne bovina no país deve aumentar em 2015/2016, o que afetará negativamente as exportações da Austrália. Para 2016, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (o USDA, na sigla em inglês) prevê produção de 11,337 milhões de toneladas métricas. Se confirmado, este será o primeiro avanço registrado desde 2010. No entanto, analistas têm ressaltado que, para o Brasil, as vendas aos Estados Unidos não são tão importantes em termos de volume, e sim pela sua credencial sanitária, que permite a abertura de outros mercados.
 
Fonte: Beefworld (modificado)
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