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09/10/2015
Convenção do Senepol discute consolidação da raça


Os criadores de Senepol já sabem em quais frentes devem atuar para consolidar ainda mais a raça no território brasileiro. Uma das questões que merecem atenção imediata é o indício de gargalos genéticos que estão presentes no pedigree da raça. Essa conclusão é fruto de um trabalho de mestrado realizado pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, que durante dois anos avaliou a diversidade genética da raça Senepol no Brasil.

Os principais resultados deste estudo foram apresentados pelo pesquisador da Embrapa Gado de Corte, Gilberto Menezes, durante a Convenção Nacional da Associação Brasileira dos Criadores de Bovinos Senepol, realizada na cidade de Uberlândia, MG, entre os dias 31 de agosto e 7 de setembro. O levantamento analisou informações de 20 mil animais PO nascidos no Brasil entre 2001 e 2013 com o objetivo de mapear o rebanho brasileiro de Senepol, compreender sua estrutura genética e oferecer subsídios para o melhoramento da raça no País.

“O estudo mostra que há muitos filhos de poucos pais”, observou Menezes. “Para se ter uma idéia, apenas 10 touros respondem por quase 50% da genética brasileira da raça, o que indica um processo de reprodução bastante concentrado e que os criadores estão optando por touros mais velhos e conhecidos, em detrimento aos touros mais novos.”

De acordo com o pesquisador, o uso intenso de touros com mais idade tem gerado aumento no intervalo entre as gerações, o que atrasa o progresso genético da raça. “É recomendável, portanto, que os selecionadores brasileiros de Senepol utilizem touros e matrizes de ampla variedade genética para manutenção da variabilidade na raça. Por isso, o uso de touros jovens deve ser fomentado”, recomenda o pesquisador da Embrapa.

Conforme destacou o especialista,  a falta de diversidade genética é um fator que influencia no aumento do grau de consanguinidade. O estudo apresentado pelo pesquisador da Embrapa Gado de Corte revelou que a maioria do rebanho Senepol no Brasil é endogâmico, ou seja, os pais desses animais têm algum tipo de parentesco e, consequentemente, algum nível de consanguinidade. “No Brasil, 96% dos animais Senepol são endogâmicos. Porém, o nível dessa consanguinidade é baixo, com média de 2%”, esclarece Menezes. “Isso significa que o parentesco entre os pais destes animais é distante, mas, mesmo assim, essa é uma questão que precisa ser monitorada. Por isso que a diversidade genética é importante.”

A consanguinidade está por trás de problemas como anomalias genéticas e defeitos classificatórios. “Além disso, gera também um problema menos conhecido, que é a depressão endogâmica, caracterizada pela queda de produção dos animais. Quanto maior o grau endogâmico, maior o decréscimo na produção em diversas características.”

Registro genealógico
Outra questão debatida durante a Convenção Nacional da ABCB Senepol, que celebrou os 15 anos da raça no País, compreendeu as mudanças que estão por vir em relação ao novo regulamento do registro genealógico da raça. O tema foi apresentado pelo superintendente técnico da ABCB Senepol, Celso Menezes. “O objetivo principal dessas mudanças é estar de
acordo com as novas diretrizes propostas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), que entrará em vigor no início de 2016”, observou. “Já estamos atualizando nosso regulamento do serviço de registro de acordo com essas novas recomendações.

Para promovermos a evolução e o desenvolvimento da raça Senepol no Brasil, temos que estar bem alinhados à legislação e trabalhar com muita organização, credibilidade e transparência.”

Uma das mudanças apresentadas por Menezes está relacionada com a informatização do registro genealógico, onde os índices de performance dos animais passarão a ser cadastrados pelos criadores diretamente no sistema da raça. “Cada criador terá sua senha e ele mesmo alimentará o sistema com as informações do seu plantel.” O superintendente técnico da associação destacou que a raça Senepol, como é nova no Brasil, já veio com conceitos muitos modernos em relação ao registro genealógico. “Prova disso é que 85% dos animais da raça no Brasil são advindos da biotecnologia de FIV, ou seja, todos são obrigados a ter o exame de qualificação de parentesco por DNA”, esclareceu.

A reportagem completa está na edição de setembro da Revista DBO. Assinantes também podem acessá-la na  edição digital

Fonte: Potal DBO


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