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23/11/2015
Pecuaristas de Goiás buscam diálogo com frigoríficos


A Comissão de Pecuária de Corte da Federação de Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg) e pecuaristas do estado se reuniram com representantes dos três maiores frigoríficos de Goiás: JBS, Marfrig e Minerva. A pauta principal foi apresentar e debater políticas de relacionamento entre os pecuaristas e os frigoríficos. Outros assuntos como as exigências dos mercados internacionais de carne no Brasil e no mundo, o preço da arroba e a qualidade do gado que é vendido, também estiveram em discussão.

Para o presidente da Comissão, Maurício Velloso, esta é a primeira vez que pessoas mais próximas do processo de compra e venda de gado se dispõem a ficar “cara a cara” com os produtores. “É importante sempre ver o outro lado do balcão”, disse.

Apresentações - Os representantes dos frigoríficos mostraram, durante a reunião, a atual realidade do mercado de pecuária de corte. Eduardo Pedroso, diretor de relações institucionais com o pecuarista do Grupo JBS, explicou que tanto os produtores e a indústria estão interligados através do consumidor. “É como se fossemos uma locomotiva e o cliente agisse como o vagão de máquinas”, sublinhou.

Ele também ressaltou que quem compra, hoje, tem mais acesso à informação e, portanto, tem poder de escolha. “Quem compra carne, que está cara, tem o direito de exigir uma qualidade compatível”, constatou. “Prezamos pela maciez e pelo sabor da nossa carne antes de qualquer coisa. Por isso, a competitividade se dá através da qualidade e da produtividade”.

Leonel Almeida, gerente geral de compras de bovinos do frigorífico Marfrig, disse que um bom gado de corte se dá através de: bem-estar, sanidade, manejo, PH da carne, nutrição e genética. E completou informando que há um mercado específico para todo tipo de gado, por isso é importante que haja um contato contínuo entre a indústria e os pecuaristas para que ambos aproveitem o melhor de seus serviços.

Representando Fabiano Tito Rosa, Diretor de Compras de Bovinos do Frigorífico Minerva, Wesley Lopes, gerente de compras em Goiás, falou sobre o mercado e fez algumas previsões para o ano de 2016. “Teremos um ano com o mercado duro, porém muito favorável para exportação”, disse. Ele embasou sua fala ressaltando que Egito e Turquia têm aumentado sua demanda e que Estados Unidos e Austrália diminuíram sua produção.

Com maior destaque para o contrato de compra e venda de bovinos. Wesley explicou que todas as compras são efetivadas através de um contrato de comercialização, formalizando o negócio entre as partes. Fato elogiado e muito cobrado pelos pecuaristas.

Os frigoríficos ainda ressaltaram que estão incrementando as informações provenientes do abate. Os romaneios contêm mais dados referentes aos animais abatidos e devem ser analisados pelos produtores e seus técnicos. Essas informações podem ajudar a melhoria de sua gestão.

Cobrança - Os pecuaristas avaliaram e questionaram os frigoríficos. A maioria citou a comunicação falha com os produtores e o pouco interesse em remunerá-los conforme os ganhos auferidos no exterior. Muitos também manifestaram receio na relação existente e solicitaram aprimoramento.

Cobraram ainda que se deve implementar a classificação de carcaças de forma unificada para todas as indústrias. As formas de avaliar, penalizar ou bonificar são muito variáveis. Isso prejudica o entendimento e direcionamento do que se deve melhorar. Outro ponto solicitado foi que o nível de corte para classificar os bois seja mais brando no início e, gradativamente, aumentar o rigor, de forma a não desestimular os produtores com penalizações em excesso.

Retorno financeiro - Outro ponto comentado pelos pecuaristas é a falta de retorno quando há grandes investimentos. Eles explicaram que, muitas vezes, aplica-se muito dinheiro em um sistema de produção para atender à demanda propagada, mas, no decorrer do planejado, o mercado muda e o retorno não ocorre. Os produtores também falaram sobre o fato de a indústria receber em dólares, enquanto eles recebem em reais, o que poderia gerar desigualdade nos lucros.

Como o mercado está favorável para exportação, os produtores sugeriram que uma parte poderia ser repassada para eles, incentivando mais a produção. Os frigoríficos rebateram, explicando que a questão do lucro é uma regência de mercado, de demanda e de procura. Buscando amenizar a situação, sugeriu-se mais diálogo entre os dois lados.

“O produtor também deve cobrar da indústria, sugerir, conversar, conhecer a demanda do mercado para definir sua melhor alternativa de produção”, ponderou Eduardo Pedroso, diretor de relações institucionais com o pecuarista do Grupo JBS.

A respeito da comunicação, Christiane Rossi defende que, para os produtores, é difícil produzir de uma hora para outra. “Avançamos muito em vários aspectos, menos na gestão. Deve haver diálogo entre as duas partes, para que os pecuaristas já programem que tipo de gado criar”, esclareceu.

Aproximação - Ao fim da conversa, os frigoríficos convidaram os pecuaristas para visitar as indústrias para ter uma visão mais interna do processo. O pedido foi acolhido. Além disso, o presidente da Comissão de Pecuária de Corte da Faeg propôs que reuniões como esta aconteçam a cada trimestre para novas discussões e trocas de resultados. “Há uma tendência de aproximação entre indústria e produtor”, concluiu, defendendo que estes laços devem ser cultivados e fortificados.

Fonte: BeefWorld


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