A indústria de carnes foi alertada para a necessidade de proteger seus interesses à medida que os governos precisarão implementar as medidas concordadas em Paris sobre a mudança climática. O acordo pede que as temperaturas médias globais sejam mantidas em menos de 2oC acima dos níveis pré-industriais. A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) alertou que até mesmo 1,5oC de aumento afetará o setor pecuário em muitos países e Alexandre Meybeck, conselheiro para agricultura, meio-ambiente e mudança climática da FAO, disse que um aumento de 3oC levaria a indústria a sofrer muito mais.

O secretário geral do Secretariado Internacional de Carnes, Hsin Huang, disse que os setores de carne precisam trabalhar de perto com o governo de seus países para garantir que o setor não tenha metas não realistas. “Nossa indústria não está fazendo o suficiente para contar sua própria história. Mas não falar sobre o que fazemos para combater a mudança climática nos torna um alvo fácil de grupos articulados”.

“A agricultura é um dos poucos setores onde suas ações podem ajudar a sequestrar carbono. A agricultura como um todo pode fornecer grandes números através de pastagens bem manejadas”. A agricultura foi o único setor a ser mencionado especificamente no acordo final. Jonathan Scurlock, da União Nacional de Produtores Rurais do Reino Unido, disse que “não há protótipo para ruminantes geneticamente modificados que não produzam metano. Podemos minimizar, mas não podemos abolir as emissões”.

O acordo também pede financiamento de novas tecnologias em nações em desenvolvimento “através de fluxos de finanças consistentes com a busca por menos emissões de gases de efeito estufa e resiliência ao clima”.

Fonte: BeefPoint