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18/02/2016
Cuidado sanitário na produção de carne vai do campo até o mercado


Em Mato Grosso do Sul a pecuária de corte é uma das principais atividades econômicas. Em 2015, o Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP), um indicador da atividade calculado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), com base nos volumes de produção e preços médios, foi de R$ 8,434 bilhões, o que representou 30,33% do total do estado, que foi de R$ 27,805 bilhões.

A receita com as exportações de carne bovina atingiram, de acordo com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic) US$ 497,321 milhões, para um volume embarcado de 121,787 mil toneladas. Foram abatidas 3,2 milhões de cabeças. Em 2014, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontou que o rebanho sul-mato-grossense era o quarto maior do país, com 21 milhões de animais.

Confirmam essa importância para a economia do estado, dados da Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Desenvolvimento Econômico (Semade) que indicam que em 2013, a pecuária de corte, a avicultura e a suinocultura, representaram 5,17% do Produto Interno Bruto (PIB) de Mato Grosso do Sul.

Da porteira para dentro


O controle sanitário da carne começa, segundo o médico-veterinário da Federação de Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Sistema Famasul), Horácio Tinoco, antes mesmo do animal que dará origem ao produto ser gerado.

“Primeiro, o criador tem que escolher a matriz e o reprodutor, além de o sistema de reprodução. Se será por monta ou inseminação. A vaca precisa ter algumas características, como ter habilidade materna, boas condições para parir e o peito não pode ser muito grande, o que pode dificultar ou até impedir que o bezerro mame. Depois, ele tem de fazer um exame reprodutivo nessa matriz, antes dela ser emprenhada. O objetivo é verificar se ela tem algum problema no útero ou no ovário e se tem alguma doença”, explica. Veja mais no vídeo ao lado!

Com a matriz aprovada para a reprodução, o animal, conforme o veterinário da Famasul, é vermifugado, vacinado (seguindo os calendários oficiais, contra doenças como a febre aftosa e a  brucelose, e também em decorrência de necessidades específicas de cada região, como a imunização contra raiva, por exemplo), além de ser feito o controle de ectoparasitas, como o carrapato e a mosca-do-chifre.

Tinoco comenta que se o sistema de reprodução escolhido for a monta, em Mato Grosso do Sul a estação é realizada normalmente entre outubro e março, período de maior volume de chuvas, quando aumenta a qualidade das pastagens, o que representa maior volume de alimento para os animais, o que também é importante para a sanidade, pois melhora a resistência dos bovinos.

“Depois de 45 a 60 dias da monta ou da inseminação é feita a confirmação ou não da prenhez. Isso é feito com o uso de um ultrassom ou por palpação, por um médico-veterinário. A partir do exame é feita então a separação das fêmeas. As vazias vão para e engorda e depois abate e as prenhas para pastos destinados a elas. À medida que a gestação avança, elas vão sendo transferidas para pastagens mais próximas até chegar ao chamado 'pasto de maternidade', que deve ser um lugar limpo, não pode ter grotas e nem buracos e tem que ser próximo a sede da propriedade, para facilitar o monitoramento e manejo”, explica.

Quando o bezerro nasce, Tinoco destaca que o produtor tem que estar atento a algumas medidas sanitárias que são fundamentais para assegurar as boas condições de saúde do animal. “Primeiro, quem está monitorando, tem que fazer o bezerro mamar o colostro nas primeiras 12 horas de vida. O colostro é uma espécie de vacina natural e vai assegurar maior quantidade de anticorpos, para que esse animal recém-nascido seja mais saudável. Depois tem que curar o umbigo dele, com uma solução com álcool e iodo. Isso vai fazer com que o umbigo não seja a porta de entrada de bactérias que possam provocar um abscesso hepático, que afeta os músculos”, explica.

Outro aspecto que o criador tem que estar atento, alerta o veterinário da Famasul, é quanto ao cuidado da vaca com seu bezerro. “Ele tem que monitorar se a vaca vai lamber o bezerro para limpá-lo. Isso é fundamental porque estimula o sistema circulatório dele e também evita que predadores sejam atraídos para o local e possam mutilar ou até mesmo matar o animal recém-nascido. Um gavião, por exemplo, pode comer o olho ou até mesmo o genital de um bezerro”, aponta.

Do nascimento até a desmama em um ciclo convencional, quando o animal está com idade entre 7 e 8 meses, ele aponta que os criadores devem vacinar os bezerros contra clostridioses (doenças causadas por bactérias do gênero Clostridium), contra brucelose (no caso das fêmeas, de 3 a 8 meses), contra a febre aftosa, conforme o calendário estadual, e eventualmente contra outras doenças, como a raiva, dependendo do surto ou obrigatoriedade da região. Devem ainda fazer a vermifugação e o controle de ectoparasitas.

A partir da desmama, na recria e engorda, dos 8 aos 18 meses, mesmo com o animal já mais resistente, o manejo sanitário, conforme Tinoco, segue o mesmo, com a aplicação de vacinas contra clostridioses, contra aftosa e outras recomendadas pelo médico-veterinário que acompanha a propriedade, além da vermifugação e controle dos parasitas externos. “Na terminação, que vai dos 18 aos 36 meses (dependendo do sistema de produção da propriedade), os procedimentos sanitários são praticamente os mesmos. O produtor, entretanto, redobra seus cuidados para atender os prazos de carência [período necessário para que os produtos utilizados sejam eliminados do organismo] previstos para cada tipo de produto em relação aos animais que estão prestes a serem encaminhados para o abate”.

Fonte : BeefWorld


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