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22/02/2016
Carne bovina argentina está de volta ao jogo


Com o fim das travas, espera-se que a exportação dobre em quatro anos. Mas o volume ainda é pequeno. Em 2015, quando os embarques somaram 200 mil toneladas, o mercado externo absorveu 7% da produção de carne bovina argentina. A fatia tende a subir para 14% ou 15% até 2019, segundo Feldkamp. Para Kahl, da JBS, as exportações argentinas tendem a voltar ao patamar de 20% da produção total. Na esteira dessa recuperação, a companhia prepara a ampliação dos abates e a reabertura de unidades.

"A média das exportações argentinas nos últimos 40 anos é de 500 mil toneladas anuais. Se conseguirmos chegar a 700 mil em 2022, isso não representará mais do que 7% do mercado mundial", diz Feldkamp. O volume exportado pela Argentina é o menor do Mercosul. Conforme a AACREA, os últimos dados comuns disponíveis indicam que em 2014 o Uruguai exportou 245 mil toneladas, o Paraguai, 277,5 mil e o Brasil, 1,3 milhão.

Embora o período kirchnerista tenha castigado o campo, para Feldkamp não se pode atribuir só a essa fase a culpa pela paralisia da pecuária do país, sobretudo em relação à produtividade. Ele aponta o vai-e-vem de regras em diversos períodos e as sucessivas instabilidades políticas como outros fatores negativos.

Nos anos 1950 e 1960, o país chegou a registrar um consumo médio per capita de mais de 90 quilos de carne bovina por ano. Mas tempos depois se viu obrigado, por decisões de governos, a privilegiar a exportação. Cristina Kirchner decidiu o contrário. Restringiu a exportação para proteger o mercado interno. Mas o efeito foi desastroso, porque desestimulou a produção e levou a uma queda de oferta no mercado doméstico. Com Macri, os preços de alguns cortes chegaram a subir até 50% em menos de dois meses, o que provocou rebuliço e levou o governo a ameaçar importar carne.

Para Feldkamp - que também é criador e, como pesquisador, conhece a pecuária de vários países -, esse seria o momento ideal para as técnicas de ganho de eficiência compensarem as limitações de expansão. Mas ele lamenta que o nível de produtividade obtido por Austrália e EUA esteja ainda fora do alcance de grande parte dos produtores argentinos e da América Latina em geral.

Embora a carne bovina tenha voltado a ser um negócio com perspectiva de alta rentabilidade na Argentina, o consumo interno deverá continuar em queda. Feldkamp espera uma retração da média atual de 60 quilos consumidos por habitante ao ano para, no máximo, 56 até 2019.

Essa tendência deverá abrir espaço para o maior consumo de frango, como no Brasil. Em 2015, o consumo médio de carne bovina por habitante, no Brasil foi de 30,8 quilos, segundo a Conab. No caso da carne de frango, os argentinos comeram, em média, 42 quilos, enquanto a média dos brasileiros foi de 44,8 quilos.

Outra questão levantada por Feldkamp envolvendo a Argentina é a desproporção entre o crescimento da população e a oferta de gado bovino. Em 2003, véspera do ciclo kirchnerista, o país tinha 1,5 cabeça de gado por habitante, e hoje tem 1,23. O Uruguai tem uma relação de 3,4 cabeças por habitante.

Apesar das mudanças, o argentino não abre mão da proteína animal. Na soma das carnes bovina, de frango e suína, o consumo médio por habitante soma 115 quilos por ano. Mas a população, que resiste o quanto pode antes de dispensar um bom "assado", terá agora, que voltar a dividir mais seu rebanho com outros países.

Fonte:Beefworld


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