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14/03/2016
Brasil já tem 8 milhões de animais confinados


Pelo menos oito milhões de cabeças de bovinos foram terminadas com algum tipo de confinamento em 2015. E o peso das carcaças vem aumentando consistentemente. As duas constatações vieram dos especialistas que participaram da mesa redonda ‘Plano de Vôo da Pecuária: A rota é segura para 2016?’, que encerrou o 11º Encontro Confinamento Gestão Técnica e Econômica, que reuniu mais de quinhentos pecuaristas, professores, pesquisadores e profissionais de todo o Brasil em Ribeirão Preto (SP), numa promoção da Coan Consultoria. Foram dois dias de palestras e debates com nomes respeitados do segmento no Brasil e no mundo, como Gustavo Resende Siqueira, Danilo Grandini, Maurício Palma Nogueira, Enrico Ortolani, Richard Zinn, Pablo Guiroy, Adolfo Fontes, Lygia Pimentel, Danilo Grandini, Flávio Resende, entre outros. “Pode ser trato, cocho, a modalidade que for. Mas o país já conta com oito milhões terminados com algum tipo de confinamento. Hoje, a proporção do abate do Minerva é menor no animal criado a pasto. E a evolução também vem marcando a idade do abate, que vem caindo, o peso da carcaça, que vem aumentando, e o perfil desta carcaça, que está melhorando. No segundo semestre, por exemplo, nossa média de recebimento foi de bois com 20 arrobas”, conta Fabiano Tito Rosa, executivo do Minerva Foods. A constatação sobre o confinamento foi referendada por Maurício Palma Nogueira, diretor da Agroconsult e coordenador do Rally da Pecuária. “O confinamento realmente está aumentando, dentro dos moldes brasileiro, é claro, o trabalho está mais profissional e as carcaças estão cada vez mais pesadas. São tendências claras”, acrescentou. Para ele, a performance do setor até vem surpreendendo atualmente. “A margem do negócio deve cair, mas a relação de troca boi gordo e bezerro pode até recuperar levemente. Eu achei que o ano ia ser pior, mas agora, passados dois meses e meio, até considero melhor do que imaginava”, reforçou. Uma tese apoiada pelos outros integrantes da mesa redonda do Encontro. “O ágio do bezerro deve ficar em 25% no mínimo. E não tem volta. Porém, a troca deve melhorar um pouco”, ponderou Fabiano Tito Rosa. “Na verdade, estou mais com medo de 2017 do que 2016”, brincou em apoio Ricardo Albuquerque, da Fazenda Buritis & Marca, um especialista em produção e comercialização de bovinos. “O pecuarista precisa ter muito cuidado com a gestão. Planejar bem o negócio, cuidar dos custos que estão altos, mas a pecuária tem que permanecer. O negócio tem que girar”, concordou Lygia Pimentel, da Agrifatto. “Apesar da crise política e econômica, o Brasil está bem posicionado no cenário internacional de carnes nas próximas décadas. Temos tecnologia, podemos intensificar, temos água e sabemos do negócio. Se o mercado interno não reagir, as exportações vão segurar o rojão. O Brasil é muito maior do que a crise. Confio no sucesso do segmento. Vamos enfrentar problemas, sempre, mas nosso sucesso é garantido”, contextualizou Adolfo Fontes, analista sênior do Rabobank.

Foram quatorze apresentações em dois dias de evento, abordando economia nacional e mundial, silagens, manejo nutricional, qualidade de carcaça, custos de produção, resultados financeiros do confinamento, sanidade, comercialização e tendências mercadológicas. A economia também foi tema dominante dos debates, com destaque para os custos de alimentação subindo mais de 20%, o impacto do dólar sobre negócios e margens, e o fracasso da matriz econômica dos dois governos do Partido dos Trabalhadores: injeção de dinheiro na economia, crédito subsidiado, proteção da indústria nacional, inflação descontrolada e contas públicas maquiadas. “Apesar de todos os alertas, Lula e Dilma só conseguiram produzir retração econômica, desemprego, inflação, Real depreciado, desequilíbrio nas contas públicas e déficit fiscal. O Brasil está num nível de incerteza muito grande. Para piorar, a crise política é tão forte que somos o único país onde um ex-presidente pode ser preso, há um caos na Política e na Economia, mas a Bolsa de Valores sobe e o dólar cai. Agora, todos devem esquecer a era de alimentos baratos. Vai ser um ano desafiador. O consumo de carne bovina no mercado interno não deve subir, mas os abates devem crescer perto de 3%. Porém, o Agronegócio está com resultados positivos. E ainda temos o que brigar”, concluiu Lygia Pimentel.

A despedida final do Encontro coube ao consultor Rogério Coan. “Nosso evento procurou traçar um plano de vôo seguro para o setor. Mesmo num cenário de incertezas. Temos boas margens de rentabilidade, 2016 vai ser um ano bom para a pecuária profissional. E espero rever todos vocês em 2017”, concluiu.

Fonte: Beefworld


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