Este ano pode ser dramático em termos de queda no consumo da carne bovina pelo consumidor brasileiro. A previsão é do presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (ABIEC), Antonio Jorge Camardelli, e foi feita nesta quarta-feira de manhã, em São Paulo, durante uma mesa redonda organizada pela Sociedade Rural Brasileira (SRB) para ouvir e debater os planos do vice-presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ) e candidato ao cargo de Presidente da Entidade, Arnaldo Manuel Machado Borges.

“2014 foi um ano ótimo para as vendas no mercado interno. 2015 foi ruim. Agora, neste ano, o consumo vai ser um horror. O segmento só ficar equilibrado por causa das exportações, que devem fechar com um bom resultado”, previu. E os números confirmam a previsão do dirigente. O brasileiro está comprando menos carne bovina por causa do desemprego, da inflação e do preço da proteína, que não cede mesmo com a depressão na Economia por causa do pequeno volume de animais para abate. E os estoques da indústria estão aumentando.

A ABIEC possui 32 indústrias associadas que respondem por 95% das vendas externas brasileiras e 73% do abate feito no país. 2016 não começou bem para a carne verde e amarela. “Foi um mês ruim, perdemos dinheiro, mas já em março tiramos 140 mil toneladas, o que acabou compensando. Temos que seguir com nosso roteiro mundial. Seguir abastecendo os mercados tradicionais, de carne magra, carcaça, melhorar a imagem de nosso produto, só vender para mercados de risco com pagamento à vista e prosseguir no caminho de também embarcar carne premium, que vale mais. Vender primeiro a carne e depois achar o animal mais conveniente para cada nicho. E produzir sempre carne e não boi”, sentenciou.

Fonte: Beefworld