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13/06/2016
Feira agropecuária: A máquina de movimentação financeira


Em Mato Grosso feira agropecuária saiu dos padrões tradicionais, ganhou contorno de festa e em vários municípios é o principal evento popular, mas essa roupagem não lhe toma a condição de maior balcão de negócio nos polos da agropecuária, com impactos positivos na economia como um todo. De junho a outubro o calendário reserva espaço às maiores exposições, que movimentam milhões de reais e são assistidas por milhares de moradores locais e turistas em Cuiabá, Rondonópolis, Sinop, Alta Floreta, Barra do Garças e outras cidades.

A roupagem de agora acompanhou a evolução do campo, onde a pecuária e a agricultura cederam lugar ao agronegócio. Ao som do martelo dos leiloeiros juntou-se agora o barulho das motos em shows acrobáticos; a música do vinil saiu de cena pra Ivete Sangalo, Bruno & Marrone e outros ídolos superlotarem os parques de exposição; as palestras técnicas continuam, mas dividem espaço com mesas redondas de produtores para se defenderem as pressões trabalhistas, ambientais, fiscais, indígenas e agrárias; e fora dos muros e cercas dos eventos, muitos setores econômicos ganham impulsos no período da festa e alguns dias antes e depois da mesma.

Em Cuiabá, a mais tradicional feira do estado, a Expoagro, que será realizada de 2 a 10 de julho, abre seus portões há mais de 50 anos e a cada edição aumenta seu público, que neste ano deverá oscilar em torno de 500 mil visitantes. Seu volume de vendas fica condicionado ao humor do mercado, mas é sempre expressivo. Nela, as lideranças ruralistas defendem suas ideias. João José Bernardes, que preside a associação dos criadores (Acrimat), levanta a bandeira que apresentará na feira, “é preciso pensar no potencial do Estado, que está no agronegócio”.

Francisco de Castro, que preside o Sindicato Rural de Rondonópolis, promotor da Exposul, acredita que mais de 180 mil visitarão o parque de exposição. Naquela cidade, a cada edição a feira fecha negócios em torno de R$ 130 milhões. Campo Novo do Parecis não fala em feira. Lá o nome é Parecis SuperAgro, onde o empresariado fatura em média R$ 140 milhões a cada evento. Também em Primavera do Leste a denominação é outra: Farm Show.

Barra do Garças, Sinop, Cáceres, Alta Floresta, Tangará da Serra, Guarantã do Norte, Colíder, Barra do Bugres, Juara, Juína e Pontes e Lacerda também pertencem ao grupo dos municípios que promovem as principais feiras de Mato Grosso.

Em todas as feiras há rodeios com montarias e touros e cavalos. Esse esporte é o que reúne o maior público em Mato Grosso e acontece também fora as exposições. A premiação aos peões campeões inclui carro e moto. Estima-se que entre prêmios nos rodeios e sorteio e aos visitantes, são distribuídos anualmente 150 veículos populares, motos e camionetes 4x4.

Com as feiras o setor hoteleiro entra em alta temporada, com taxa de ocupação total dos leitos. Concessionárias de veículos, restaurantes, bares, salões de beleza, boutique, boates, fretamento de veículos e companhias aéreas também faturam alto. Porém, a grande movimentação financeira passa pelos cofres das revendas de máquinas e implementos agrícolas, que no período contam com alguns mimos bancários nas agências que se instalam nos parques.

No começo da década passada se realizava em Rondonópolis a Agrishow Cerrado, feira com dinâmica de máquinas e sem eventos populares. Esse evento foi retirado do calendário e a agrodemonstração espalhou-se por feiras em Porto Alegre do Norte, Primavera do Leste, Campo Novo do Parecis e outros municípios.

A Agrishow alcançava vendas na casa de um bilhão de reais. Nela a Neiva, subsidiária da Embraer, fez o lançamento nacional do Ipanema, primeiro avião movido a álcool no mundo. A diretoria da empresa imaginou que tinha em mãos um feito inédito de sua engenharia e não desconfiava que sua novidade não era tão novidade assim para visitantes da Agrishow.

Fonte: Agrolink


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