Estudo analisa sistemas ILPF
Um estudo verificou se a intensificação da produção pela Integração-Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) pode ser considerada mais sustentável em relação a sistemas tradicionais, ou se esse sistema consome mais recursos e energia, causando maiores impactos ambientais, sociais e econômicos. Orientado pela Fundação Espaço ECO, e apoiada pela Basf, a iniciativa analisou a sustentabilidade de sistemas integrados e convencionais com uma visão para os impactos ao longo de toda a cadeia produtiva. O estudo utilizou dados dos sistemas integrados da Fazenda Santa Brígida (Ipameri-GO), que é uma Unidade de Referência Tecnológica (URT) da Embrapa, correspondentes a um período de sete anos (2007 a 2014) e dados de produção de sistemas convencionais da região (Ipameri-GO). O estudo Além dos benefícios ecológicos já conhecidos da ILPF, o estudo ressaltou ganhos em outros diversos indicadores. Em relação aos impactos ambientais, a priorização da ILPF representa uma necessidade de seis vezes menos área direta (área prioritariamente integrada utiliza 69 hectares, enquanto o arranjo tradicional 419 hectares), reduzindo em 84% o impacto à biodiversidade devido ao uso do solo. Com relação às emissões de carbono equivalente, as reduções são de aproximadamente 2.390 toneladas, ou seja, 55%, sem considerar o sequestro e incorporação de matéria orgânica no solo. Isto significa que, se consideradas estas variáveis, os resultados em redução de emissões de carbono à atmosfera serão ainda maiores. Seguindo a lógica do ciclo de vida, nos indicadores ambientais também estão considerados os impactos referentes à vida da vaca, matriz para geração de bezerros. O indicador de impacto resíduos sólidos também é expressivo, apontando uma redução de 58%, ou seja, 321 mil toneladas; a redução de consumo de água gira em torno de 20%. A demanda acumulada de energia também é menor nos arranjos mais integrados, da ordem de 59% - o que representa economia de 8,96 milhões de Mega Joules. O único indicador que se mostrou preocupante quando a ILPF é priorizada foi a depleção de recursos abióticos, principalmente atribuída aos micronutrientes da cadeia alimentar do gado. Os ganhos sociais são notáveis na fazenda. O funcionário trabalha durante o ano todo e lida com diversas culturas, atividades de pecuária e de floresta. Dessa forma, a promoção de treinamentos e capacitações que os habilitem para exercer suas funções é sete vezes maior que o observado nos sistemas tradicionais. Além disto, os empregos são duas vezes mais qualificados. Também há incentivos à inclusão de trainees e estagiários na grade de colaboradores e investimentos em pesquisa e desenvolvimento. Todos esses ganhos são aliados a uma redução de 54% nos custos totais de produção, lembrando sempre a base de comparação definida no escopo deste estudo, que é produzir alimentos e energia em quantidades suficientes para atender às demandas médias de 500 pessoas no período estabelecido. “O diferencial deste estudo é a abordagem da avaliação do ciclo de vida durante um período de sete anos. Com esta análise detalhada, pudemos avaliar as produções integrada e convencionais com uma visão sistêmica, concluindo que o modelo que prioriza integração Lavoura-Pecuária-Floresta dentro dos objetivos e escopo propostos é um modelo mais socioecoeficiente. Tudo isso aliado com efeitos positivos na sociedade e com menor custo”, afirma Marcela Costa, analista de Socioecoeficiência da Fundação Espaço ECO. Fonte: Portal DBO
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