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27/07/2016
Qual é o melhor capim para sua propriedade?


No Brasil, o pasto é a base da produção do rebanho bovino e, embora dure muitos anos se bem manejado, vale relembrar as vantagens e desvantagens de cada capim.

Em entrevista ao Portal DBO, Rodrigo Barbosa, pesquisador da Embrapa Gado de Corte, fala sobre os fatores que interferem na escolha das forrageiras, características de variedades clássicas e novidades do mercado. Confira abaixo e prepare-se da melhor maneira para uma reforma ou formação de pastagens quando o período das chuvas começar.

Critérios de seleção de forrageiras - De acordo com Barbosa, tão importante quanto checar as variáveis de solo e clima, é considerar a finalidade de uso da forrageira. “Se você faz cria, recria ou ciclo completo, sua necessidade não é a mesma”, diz.

A escolha depende do sistema produtivo e para que a produção seja sustentável, vale adotar a diversificação dos tipos de pastagem: “Não se deve ficar refém de um material só. Porque se alguma variável - como uma praga ou doença - prejudicar o todo, você não tem como deixar o problema para depois”. Respeitados esses critérios, vamos às variedades:

Braquiárias

Originárias da África Equatorial, as braquiárias ganharam espaço em zonas tropicais e são hoje uma das espécies mais plantadas no Brasil. Barbosa comenta os tipos mais usados.

“Nos Cerrados, a espécie coringa é a Brachiaria decumbens”, afirma. Bem adaptada a solos de média e baixa fertilidade, ela é uma planta agressiva e que colabora para conter a erosão, além de ser resistente ao déficit hídrico. Seu ponto fraco é a suscetibilidade às cigarrinhas: “Por isso, o produtor não deve reservar o pasto muito cedo durante as chuvas, porque cria um ambiente favorável aos insetos e pode ter ataques severos”, diz Barbosa. A Brachiaria decumbens é indicada para uso em sistemas de cria, recria e engorda; aguenta bem o pisoteio e permite os primeiros pastejos depois de 90 dias.

Sobre a Brachiaria humidicola, Barbosa lembra que a variedade também tem característica de tolerância à seca e bom desenvolvimento em solos de fertilidade média a baixa. “Considerada o patinho feio dos materiais, ela é de qualidade ruim, não tem uma produção muito grande, mas vai bem em ambientes em que nenhum outro material vai”. Tolerante a alagamentos e solos encharcados, está distribuída em áreas que vão do nível do mar a até 1.800 m de altitude, com precipitações de 700 a 4.000 mm por ano. Indicada para manejos intensivos, suporta alta carga animal, podendo receber os animais de 120 a 150 dias após o plantio.

Falando de potencial produtivo, quem leva vantagem são as brizanthas. “Cultivares Marandu, Xaraés, Piatã, Paiaguás”, exemplifica o pesquisador. Segundo ele, esta última também apresenta estrutura bastante favorável ao pastejo no período seco, enquanto a Xaraés é, dentre elas, a mais produtiva.

“A questão com o capim Xaraés é o manejo. Como ele é muito produtivo, cresce muito rápido. Então, passou dos 35 centímetros os animais não consomem muito, e o ganho cai demais”, explica. Indicado para climas tropicais úmidos, permite o pastejo nas águas por longos períodos, além de ter alto valor nutritivo e boa capacidade de suporte, o que são seus diferenciais. Segundo Barbosa, o Xaraés é uma opção interessante para diversificar as pastagens, com desempenho semelhante ao Marandu.

Sistemas lavoura-pecuária

“Um material que tinha desaparecido e voltou muito forte em sistemas integrados é a Brachiaria ruziziensis”, diz. Apesar de ter alta suscetibilidade à cigarrinha, ele conta que a variedade apresenta boa produção e tem sido largamente usada para fazer palhada em cultivos de soja. Além da Brachiaria ruziziensis, a brizantha cv. Piatã é outra variedade em uso nesse sentido - “com potencial expressivo e capacidade de produzir bastante massa para a safrinha do boi de capim”.

Panicum

Mais exigentes, os capins do gênero Panicum também são mais produtivos. Hoje, segundo Barbosa, as variedades mais comuns continuam sendo o Mombaça, Tanzânia, Massai e, há menos tempo, a cultivar Zuri e o híbrido Tamani.

Na opinião do pesquisador, o que ainda se mostra problemático para os produtores, no caso dessas variedades, é o manejo. As pesquisas vêm demonstrando que eles se dão melhor em sistemas rotacionados, o que não é uma prática generalizada nas fazendas.

“Então, o sistema acaba dando errado e o produtor coloca a culpa no capim, mas muitas vezes isso é resultado de um problema de gestão do rebanho na propriedade”, diz. No caso do Mombaça, na época das águas os animais devem entrar no piquete quando o pasto atingir a altura de 85 a 90 cm e permanecer pastejando até que tenha sido rebaixado para 50-40 cm.

Também é preciso considerar que o solo adequado aos Panicum é o mais fértil. “Sem isso, pode ser que o produtor consiga implantar o cultivo no primeiro ano, mas em dois, três anos - se não fizer uma reposição de nutrientes, não checar a fertilidade -, a tendência é o material desaparecer”.

“No caso da produção animal, os capins do gênero Panicum são mais indicados para engorda; com exceção do Massai, que dentre todos eles é o de qualidade inferior”, completa Barbosa.

Lançamentos

Em 2017, a Embrapa pretende lançar mais um híbrido de Panicum, a cultivar BRS Quênia, e seu primeiro híbrido de braquiária, a BRS Ipyporã. De acordo com o pesquisador, a característica marcante desse Panicum é sua boa qualidade produtiva. A da braquiária é a tolerância muito alta às cigarrinhas-das-pastagens.

Fonte: Portal DBO


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