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24/08/2016
Adubação bem-feita aumenta em até 4x lotação no pasto


Se a produção de carne depende de uma lavoura, esta é a de capim. Folhas amareladas ou de um verde claro podem ser sinal de falta de nitrogênio. Aquelas secas nas pontas, de insuficiência de potássio. De olho na gestão da fazenda e na nutrição do gado, o pecuarista pode mensurar os benefícios de fazer uma adubação. Quando bem planejada, a estratégia pode dobrar, triplicar ou até quadruplicar a lotação por hectare.

Tudo depende do ponto de partida. “Se você considerar pastagens degradadas com lotação de 0,5 cabeça/ha, com a calagem e adubação você consegue aumentar muito isso. Agora, tratando-se de pastagem recém-formada, em área de rotação com agricultura, a situação já é diferente”, afirma Marcelo Pereira, engenheiro agrônomo e técnico na transferência de tecnologia da Embrapa Gado de Corte.

Segundo ele, os objetivos do produtor devem ser realistas, e seguir um planejamento. “De nada adianta intensificar e não olhar para todo o sistema produtivo. Porque uma adubação sem planejamento pode aumentar a produção de forragens, mas também aumentar o déficit da oferta de alimento entre o período de chuvas e a seca”, diz.

Antes de mais nada, a recomendação é ter foco no médio prazo, nos meses em que cessam as chuvas: “Saber quando vai vender a boiada, se vai suplementar, confinar, deixar uma pastagem diferida para quando diminuir a oferta de capim”.

Quando adubar? Dito isso, Pereira afirma que, a partir do planejamento do sistema de produção, o que vai determinar se a propriedade precisa ser adubada, e em que nível, é uma análise de solo. As adubações podem ser feitas tanto na formação da pastagem quanto, mais tarde, na manutenção da sua fertilidade.

A adubação de formação pode ser iniciada no final de um período chuvoso, com a aplicação de calcário, ou logo antes do início do ciclo das águas. “Considerando que estamos em agosto, agora é o limite para o produtor se decidir por iniciar o processo. Feita a calagem, aplicação de calcário, ele deve aguardar o início das chuvas para preparar o solo e, então, entrar com a adubação e semeadura da nova forrageira”, afirma o engenheiro agrônomo.

A adubação de manutenção segue outro calendário. “É ela que você vai procurar fazer quando identifica que a produtividade caiu ou mediante cálculo periódico dos níveis de extração”, diz.

Os níveis de extração referem-se tanto aos nutrientes extraídos pela produção de forragem e consumo animal quanto por fatores naturais. Pereira lembra ainda da necessidade de preservar os níveis não só de macronutrientes – N, P, K, magnésio, enxofre, cálcio – mas também de micronutrientes – ferro, manganês, zinco etc.  “Isso pode ser feito pedindo uma análise completa de nutrientes, ou, já que o custo não é muito alto, adicionando os micronutrientes ao fertilizante para as adubações de manutenção”, diz.

Em sistemas mais intensivos, como pastejos rotacionados, o acompanhamento da fertilidade do solo deve ser mais frequente, assim como as adubações de manutenção, preferencialmente todo ano.

Manejo - Pereira observa que a adubação está muito ligada ao manejo intensivo e que monitorar o estágio de desenvolvimento do capim é fundamental. “Conforme aduba, você favorece o crescimento da planta, então tem que ter uma contabilidade bem-feita do seu banco de biomassa e da sua capacidade de colheita”, afirma. Caso contrário, o capim pode passar do ponto, reduzindo seu valor nutritivo e palatabilidade.

Na ponta do lápis, o pecuarista pode considerar que cada animal consome, em média, de 1 a 3% de seu peso vivo em matéria seca de alimento diariamente. A variação ocorre por conta da categoria animal e, em especial, da qualidade da forragem  – que varia ao longo do ano. Lembrando que as pastagens podem ter em média de 20 a 35% de matéria seca, uma novilha de 300 kg, por exemplo, consumiria cerca de 25 kg de forragem/dia. A partir do consumo das diferentes categorias animais é possível estimar a área total de pastagem demandada e qual a necessidade de pastos com maior intensificação.

Vantagens adicionais - Além do aumento da lotação, a adubação contribui para uma cobertura homogênea do solo pela forrageira, reduzindo a infestação de plantas invasoras. “Isso acontece porque o solo fica melhor coberto e a pastagem mais competitiva”, afirma Pereira.

Outro destaque é o aumento do teor de matéria orgânica do solo. “O fertilizante em si não traz matéria orgânica, porém, como ele aumenta a produção de biomassa, seja direta ou indiretamente (no caso do esterco), parte dessa matéria orgânica acaba sendo incorporada ao sistema”. O que pode proporcionar benefícios como: melhor retenção de água, aumento da ação de microrganismos e melhoria da estruturação do solo, podendo reduzir, inclusive, processos de degradação.

Custo - O maior gasto com adubação se dá com a compra de fertilizantes. Recentemente, em uma área com alta deficiência de nutrientes e na qual se queria intensificar a produção Pereira conta que foi recomendado uso de 450 kg de N/ha para adubação de formação e duas coberturas em um ano, totalizando, na região de MS, um gasto de cerca de R$ 700/ha.

Além do custo do adubo, que gira em torno de R$ 1.400/ton, o produtor tem que arcar com despesas menores: análise de solo, assessoria de um engenheiro agrônomo, equipamento, mão de obra para aplicação.

Fonte: Portal DBO


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